segunda-feira, outubro 07, 2013

Cobiça de Petrolífera britânica ameaça de extinção a região de maior biodiversidade da África


 Foto de 2004 mostra uma cadeia de vulcões nos arredores do Parque Nacional Virunga, na República Democrática do Congo. (Foto: AFP Photo/Riccardo Gangale)Ambientalistas do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) fizeram uma denúncia nesta segunda-feira (7) contra uma companhia de petróleo britânica acusada de intimidar a população local e de ameaçar a vida selvagem na mais antiga reserva natural da África, a área de maior biodiversidade do continente.A organização alega que as atividades de exploração de petróleo da companhia Soco International no Parque Nacional Virunga e seu entorno, no leste da República Democrática do Congo, deixam "pessoas, animais e habitats em risco", além de violar as diretrizes internacionais estabelecidas pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em uma denúncia apresentada contra a organização."A única forma de a Soco entrar em conformidade com as diretrizes da OCDE é a companhia pôr fim definitivamente à exploração em Virunga", disse Lasse Gustavsson, diretor-executivo de conservação da WWF Internacional."Pedimos que a companhia suspenda suas atividades imediatamente", acrescentou. As organizações podem recorrer às diretrizes da OCDE sobre o comportamento empresarial ético como forma de pressionar empresas e até mesmo governos.A Soco rejeitou as denúncias, considerando-as "infundadas" em seu site, acrescentando que ainda não deu início às atividades operacionais e que não fará isso até que estudos de impacto tenham sido concluídos.Virunga é um dos locais mais antigos do Patrimônio Mundial da Unesco e a área mais ambientalmente diversa do continente africano, habitat de milhares de rinocerontes e 200 gorilas das montanhas, espécie ameaçada de extinção.Uma avaliação própria feita pela Soco sobre sua exploração no parque alerta para o potencial de poluição e danos aos frágeis habitats de animais em Virunga.A WWF alega que Soco tem usado segurança estatal para intimidar os críticos ao seu negócio e afirma que a organização não conseguiu descobrir o verdadeiro impacto do desenvolvimento durante consultas com moradores locais.O contrato da Soco com o governo congolês efetivamente isenta a empresa de regulamentações adicionais, diz a WWF, pedindo que a empresa também considere a saúde e o sustento dos 50 mil moradores do local.O Reino Unido é membro fundador da OCDE e as diretrizes da organização foram usadas anteriormente para pressionar politicamente o governo britânico.Anthony Field, ativista da WWF no Reino Unido, disse à AFP que "as diretrizes da OCDE são os padrões mais respeitados de boas práticas nos negócios e são reconhecidas internacionalmente por 45 países, inclusive o Reino Unido".As denúncias à OCDE podem ser "incrivelmente eficazes", disse Field, dando como exemplo um caso em 2009, quando a empresa de mineração Vedanta Resources foi condenada por Londres por desrespeitar os direitos de um grupo indígena quando planejava explorar uma mina de bauxita no estado indiano de Orissa.A Soco informou que seus primeiros estudos de impacto ambiental foram feitos em 'estreita colaboração' com o Instituto Congolês de Conservação da Natureza, que administra o parque

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