terça-feira, março 31, 2015

MINISTRO LEVY REBATE TUCANO DIZENDO QUE DILMA É A PRESIDENTE DE TODOS NÓS

Em audiência no Senado, Levy defende que esforço para avanços depende de governo, empresários e trabalhadores

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu nesta terça-feira (31) um empenho de toda a sociedade para realização do ajuste fiscal (corte de despesas do governo) que está comandando a frente da equipe econômica. O objetivo do ajuste é alcançar um superávit fiscal de 1,2% do PIB neste ano (R$ 66 bilhões). Em 2014, o governo registrou um déficit primário de R$ 17,2 bilhões, o primeiro resultado negativo desde 1997.
O ministro foi a uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômico (CAE) do Senado, onde justificou os cortes do governo e falou sobre os impactos de medidas que alteram benefícios trabalhistas. Levy tem comparecido a uma série de eventos públicos, com investidores e empresários, para explicar como o corte de despesas será feito pelo governo, quais são os objetivos e impactos esperados. Na semana passada, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, também compareceu à Casa para falar sobre o mesmo tema e sobre decisões que têm impacto no fluxo cambial e desvalorização do real frente ao dólar. 
Após as explicações dadas por Levy, a comissão abriu uma sessão de perguntas e respostas. Em um determinado momento, o senador Ataídes Oliveira (PSDB) fez uma réplica em tom contrariado às respostas dadas pelo ministro a perguntas que fez anteriormente. Ele perguntou: "Ainda há espaço para meter a mão no bolso do trabalhador?" (Disse em referência às medidas que alteram benefícios trabalhistas). Levy respondeu sobre a importância de aperfeiçoar a fiscalização em torno do tema. Insatisfeito, o senador levantou-se da cadeira e o acusou: "O senhor está muito alinhado a presidente!". Ao que o presidente da comissão, Delcídio do Amaral (PT/MS), sorrindo completou: "Ora, ela é a presidenta dele".
Houve um riso geral na sala. Levy afirmou na sequência: "Ela é presidente de todos nós." Oliveira então, se levantou, agradeceu à resposta e saiu da sala. A senadora Marta Suplicy também defendeu o ministro. "Ele tem a prerrogativa de responder como entende que tem de ser. E está respondido."
Em sua fala, Levy reiterou que o governo vai adotar medidas que levem o Brasil a um novo ciclo de crescimento. As medidas, afirmou, também terão o mérito de criar um clima econômico favorável, evitando que a nota de crédito do País seja rebaixada pelas agências de classificação de risco.
Sobre os esforços visando ao crescimento econômico do país, Levy disse: “Se queremos evitar uma crise, temos de dar importância para os investimentos. Se existe o risco de perder o grau de investimento, o custo será altíssimo para o governo e para as empresas que não terão mais capacidade de tomar crédito [mais barato e que resultem em emprego] para o trabalhador”.
Joaquim Levy observou que é importante para o Brasil manter o grau de investimento. Segundo ele, a manutenção do rating de grau de investimento (nota dada pelas agências de classifricação de risco)  “traz um impacto [positivo para o país]”. O ministro da Fazenda disse que, com o rating favorárel das agências, o “investimento externo [certamente] vem”.
Levy explicou que são inúmeras as empresas estrangeiras e fundos de investimento internacionais que deixam de investir em países que perderam o grau de investimento. Além do risco de perda do grau de investimento, o ministro da Fazenda disse que é preciso ter cuidado com a situação das contas públicas. Segundo ele, “é preciso ter a dívida pública em trajetória sólida, [fator] que indica um cenário tranquilo para os investimentos”.
O ministro acrescentou que o governo vai procurar dar importância à qualidade dos gastos públicos. “Vamos fazer pente fino em uma porção de coisas”, disse. Para essa tarefa, Levy disse que contará com o apoio do Grupo de Trabalho Interministerial de Acompanhamento do Gasto Público(GTAG), criado em janeiro último. A função do GTAG é propor medidas orçamentárias e financeiras para ordenar as despesas públicas, evitando gastos supérfluos.
Orçamento e esforço de diversos setores
O ministro da Fazenda lembrou que o governo segue o Orçamento e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). "É importante lembrar que o gasto, que o esforço do governo é limitado às despesas discricionárias. Por isso é importante quer não se criem outras despesas. A estratégia do governo foi distribuir os impactos entre empresários e trabalhadores, para não ficar apenas com o governo."
Segundo Levy, é preciso zelar para que essas contribuições aconteçam. "O esforço é um esforço federativo. Para os Estados também será um ano de desafios, pois muitos Estados têm feito um grande esforço fiscal [reduzindo gastos]. Nós vamos ganhar se todo o mundo participar."
Sobre as medidas provisórias – que alteram benefícios como o seguro-desemprego, abono, pensão por morte, auxílio-doença e esperam gerar um economia de R$ 18 bilhões –, Levy explicou que não "há retrocesso nos direitos dos trabalhadores, mas que mecanismos precisam ser aperfeiçoados". O ministro disse que falhas no desenho dos benefícios prejudicam os cofres públicos. "Temos obrigação de ajustar [as falhas e o desenho]. Essa é um medida de fortalecimento da nossa Previdência."
"A alterção no seguro-desemprego terá um impacto positivo na sociedade. O objetivo também é reduzir a rotatividade. Ao fazer o ajuste, vamos ajudar o trabalhador a se qualifica", afirma Levy. 
O ministro citou alguns países que fizeram ajustes recentes e obtiveram êxito. "Os Estados Unidos, a França e a Espanha fizeram esse esforço. Aliás, a gente vê que os países que não fizeram esse esforço não saíram da crise. Nós temos de fazer os ajustes para preservar os ganhos do Brasil. Proteger nossas gerações."
Ajuste visa reverter deterioração das contas fiscais e externas 
Joaquim Levy informou na CAE que o motivo que levou o governo a fazer o ajuste econômico foi reverter a deterioração das contas fiscais e externas do País. Levy acrescentou que medidas para melhorar as contas fiscais e do setor externo são importantes  para criar condições de segurança e competitividade para a economia brasileira.
"Há [entre os agentes econômicos] grande confiança na força de adaptação da economia brasileira. Temos que focar [nossos objetivos] no mínimo de custos e no máximo de presteza. Ficar parado é ficar para atrás. Queremos garantir ainda os ganhos sociais e fortalecer a nova classe média”, disse.
Para chegar a essa meta, segundo ele, é necessário aproveitar as vantagens e os talentos existentes no País. No processo de aperfeiçoamento da economia, conforme acrescentou, existem riscos. "Não podemos cometer equívocos", disse.
Joaquim Levy destacou ainda, durante a audiência, que o ajuste fiscal foi necessário porque os efeitos das medidas adotadas anteriormente estavam se esgotando.
Segundo ele, é preciso, a partir de agora, adotar medidas novas para levar o País ao crescimento. Uma delas, explicou, está relacionada com a necessidade de reduzir as renúncias fiscais . “Não há sentido [em prosseguir com as renúncias]. A motivação original delas desapareceu. No caso da [desoneração da] folha de pagamento, o que era um gasto de R$ 21,9 bilhões pode impactar [negativamente], na Previdência, em algo próximo a R$ 25 bilhões em 2015”, disse.
O ministro também explicou que é preciso adotar medidas que não impactem na expansão da dívida pública, incluindo a posse de títulos na mão de estrangeiros.
* Com informações da Agência Brasil

Delegados deixaram digitais: achavam que o golpe ia dar certo

publicado em 14 de novembro de 2014 às 21:026 - 6-Cardozo3-001por Conceição LemesOntem, quinta-feira 13, a reportagem de Júlia Duailibi, publicada em O Estado de S. Paulo revelou: no período eleitoral, delegados da Polícia Federal (PF) usaram as redes sociais para elogiar Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência, e para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff, que disputava a reeleição, bem como a replicar conteúdos críticos aos petistas.Esses policiais, que mostraram ser anti-petistas militantes e radicais, são simplesmente os responsáveis pela Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, empreiteiras, doleiros, partidos políticos, funcionários e ex-funcionários da estatal.Pela primeira vez os rostos desses delegados estão sendo mostrados. Para isso, contamos com a preciosíssima colaboração do NaMariaNews, que também nos ajudou na busca dos vídeos, das imagens e dos links que aparecem nos PS do Viomundo, ao final da matéria. Como os delegados mudam de nome dependendo da situação, a pesquisa foi bastante difícil.São eles:Igor Romário de Paula, da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado2 - 1- Igor Romario de PaulaAs investigações da Lava Jato estão sendo conduzidas por delegados vinculados a Igor Romário de Paula, que responde diretamente a Rosalvo Ferreira Franco, superintendente da PF do Paraná.Igor Romário de Paula, que atuou na prisão do doleiro Alberto Youssef, participa de um grupo do Facebook chamado Organização de Combate à Corrupção (OCC), cujo “símbolo” é uma imagem da Dilma, com dois grandes dentes incisivos para fora da boca e coberta por uma faixa vermelha na qual está escrito “Fora, PT!”Márcio Adriano Anselmo, coordenador da Operação Lava Jato10 - 9- Marcio Anselmo 2Márcio Adriano Anselmo foi quem, no Facebook, afirmou: “Alguém segura essa anta, por favor”, em uma notícia cujo título era: “Lula compara o PT a Jesus Cristo”Na reta final do 2º turno, fez comentários em outra notícia, na qual Lula dizia que Aécio não era “homem sério e de respeito”.Escreveu: “O que é ser homem sério e de respeito? Depende da concepção de cada um. Para Lula realmente Aécio não deve ser”.O delegado apagou há poucos dias o seu perfil no Facebook.Maurício Moscardi Grillo, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários15 - 12-Mauricio Moscardi Grillo em VIDEO 1-003Maurício Moscardi Grillo é o responsável por apurar a denúncia de grampos na cela de Youssef.Segundo a reportagem de Júlia Duailibi, ele aproveita a mensagem de Márcio Anselmo, para se manifestar sobre Lula: “O que é respeito para este cara?”Grillo também compartilhou uma propaganda eleitoral do PSDB, como a que dizia que Lula e Dilma sabiam do esquema de corrupção na Petrobrás.“Acorda!”, escreveu ele ao comentar a reportagem da Veja, que foi às bancas na quinta-feira anterior ao segundo turno: “Lula e Dilma sabiam de tudo”.Erika Mialik Marena, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos Públicos do ParanáEricaNa delegacia de Erika Mialik Marena, estão os principais inquéritos da operação Lava Jato.Em uma notícia sobre o depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás à Justiça Federal, ela comenta: “Dispara venda de fraldas em Brasília”.No Facebook, usava o codinome “Herycka Herycka”. Após a reportagem de Júlia Duailibi,  seu perfil foi retirado dessa rede social.A denúncia envolvendo esses quatro delegados da PF é gravíssima.Estranhamente, a mídia deu pouca repercussão a ela.Estranhamente também, até a hora do almoço da quinta-feira, 13 de novembro, a Polícia Federal, o Ministério da Justiça, a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal (STF) não haviam se manifestado sobre a denúncia do Estadão.Viomundo contatou então as quatro instituições, via suas respectivas assessorias de imprensa. Primeiro, por telefone. Depois, por e-mail, fazendo vários questionamentos.Uma pergunta comum a todos:–  Que providências pretende tomar em relação ao caso?Ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, perguntamos também:– A partidarização explícita dos delegados da PF envolvidos na Lava Jato não contamina o resultado da investigação, já que eles demonstraram evidentes objetivos políticos?– A partir de agora a Lava Jato não fica sob suspeição?Ao ministro Teori Zavascki , do STF, indagamos:–  O comportamento dos delegados da PF não contamina a investigação, comprometendo o inquérito?– A partir de agora a Lava Jato não fica sob suspeição, inclusive as delações premiadas?À Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde fica a sua sede, perguntamos:– O que a PF tem a dizer sobre os evidentes objetivos políticos desses delegados?Na parte 1 da entrevista abaixo, o delegado Maurício Moscardi Grillo  fala aos 2,06 minutos sobre a PF e como deve deve agir em casos policiais. Imperdível.Ele diz que a Polícia Federal é republicana. Exatamente o oposto do que fizeram os quatro delegados da PF durante as eleições de 2014.
Por isso, perguntamos também à Polícia Federal, via sua assessoria de imprensa:–  Como a sociedade vai confiar numa Polícia Federal que não agiu de forma republicana nessas eleições, maspoliticamente em favor do então candidato do PSDB, Aécio Neves, e contra a candidata do PT, Dilma Rousseff, e o ex-presidente Lula?Do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, quisemos saber, entre outras coisas:– Quais seriam as medidas punitivas aos envolvidos no caso?– Como a sociedade vai confiar numa Polícia Federal que não age republicanamente, mas sistemática e politicamente em favor do PSDB e contra o PT?Nenhum respondeu. Insistimos por telefone.Questionada de novo, a Polícia Federal disse que não se manifestaria sobre o caso.O procurador-geral Rodrigo Janot também não respondeu. A assessoria de imprensa da PGR, em Brasília, alegou que ele estava em São Paulo e não tinha sido possível contatá-lo. Desculpa, no mínimo, estranha, já que existe celular hoje em dia e de de vários modelos. Não seria mais digno dizer que não iria se manifestar e pronto?Como o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não respondeu às nossas quatro perguntas, acrescentamos agora uma nova:– O senhor concorda com a nota dos procuradores do Ministério Público Federal, seção Paraná, em apoio aos delegados da PF?A íntegra da nota:Operação Lava Jato: Membros da força-tarefa do Ministério Público Federal manifestam apoio a delegados, agentes e peritos da PFOs Procuradores da República membros da Força-Tarefa do Ministério Público Federal, diante do teor da reportagem “Delegados da Lava Jato exaltam Aécio e atacam PT na rede”, publicada pelo jornal “O Estado de São Paulo” nesta data, vem reiterar a confiança e o apoio aos delegados, agentes e peritos da Polícia Federal que trabalham nessa operação.Em nosso país, expressar opinião privada, mesmo que em forma de gracejos, sobre assuntos políticos é constitucionalmente permitida, em nada afetando o conteúdo e a lisura dos procedimentos processuais em andamento.A exploração pública desses comentários carece de qualquer sentido, pois o objetivo de todos os envolvidos nessa operação é apenas o interesse público da persecução penal e o interesse em ver reparado o dano causado ao patrimônio nacional, independentemente de qualquer coloração político-partidária.O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também nada respondeu.No início da noite, a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça nos prometeu enviar o áudio da coletiva de Cardozo, dada um pouco antes em Brasília. Ficou na promessa. Mais uma vez o vazio.Como bem observou Fernando Brito, do Tijolaço, no post  Cardoso, o Lento, pede sindicância sobre “delegados do Aécio”, o ministro da Justiça “resolveu agir 12 horas depois que o país tomou conhecimento de que os delegados federais da Operação Lava-Jato participavam, no Facebook, de animadas e desbocadas tertúlias sobre a investigação que conduzem”.Cardozo determinou à Corregedoria da Polícia Federal que abra investigação sobre o caso.Na coletiva de imprensa, ele disse:Lava Jato - Cardoso 2Cardozo mostrou mais uma vez que é inepto e incompetente, para o dizer o mínimo.Em artigo publicado nesta sexta-feira 14, no GGN,  Luis Nassif acrescenta:O Ministro chega às 11 no trabalho, sai às 12h30 para almoçar, volta às 16 e vai embora por volta das 18h. A não ser que se considere como trabalho conversas amistosas com jornalistas em restaurantes da moda de Brasília.Será que é por isso que esta repórter não recebeu as respostas de Cardozo até agora?As manifestações dos quatro delegados da PF são cristalinas.  Ou será preciso desenhar para Cardozo?Nassif diz mais:É  blefe a atitude do Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, de pedir uma investigação para a Polícia Federal sobre o ativismo político dos delegados da Operação Lava Jato. O problema da Lava Jato não é o ativismo de delegados no Facebook, mas a suspeita de armação com a revista Veja na véspera da eleição. Se Cardozo estivesse falando sério, estaria cobrando a conclusão das investigações sobre o vazamento.Os quatro delegados têm o direito de ter as suas preferências políticas. A questão é que o comportamento desrespeitoso está longe de ser um caso menor. “É um ato político”, avalia Paulo Moreira Leite, em seu blog.Na condição de ministro da Justiça, Cardozo, como bem observou Paulo Moreira Leite, deveria saber que o aspecto do caso está resolvido no artigo 364 no regimento disciplinar da Polícia Federal, que define transgressões disciplinares da seguinte maneira:I - referir-se de modo depreciativo às autoridades e atos da Administração pública, qualquer que seja o meio empregado para êsse fim.II - divulgar, através da imprensa escrita, falada ou televisionada, fatos ocorridos na repartição, propiciar-lhe a divulgação, bem como referir-se desrespeitosa e depreciativamente às autoridades e atos da Administração;III - promover manifestação contra atos da Administração ou movimentos de apreço ou desapreço a quaisquer autoridades;A questão, portanto, é política. E  parece que Cardozo não quer se dar conta da gravidade do que aconteceu debaixo do seu nariz.Nos últimos 12 anos, tivemos vários momentos em que a Polícia Federal agiu em benefício dos tucanos e contra os petistas. E sempre ficou por isso mesmo.Em 2006, tivemos o caso do delegado Bruno, eleitor assumido do PSDB,  que vazou para a mídia fotos do dinheiro apreendido no caso dos “aloprados” do PT. A cena foi ao ar na quinta-feira anterior ao primeiro turno da eleição presidencial e ajudou a levá-la para o segundo turno. O delegado Bruno não foi punido por vazar fotos do dinheiro; pegou 9 dias de suspensão por mentir aos superiores.Na campanha eleitoral de 2014, tivemos o caso de Mário Welber, assessor do deputado estadual  Bruno Covas, do PSDB paulista. Ele foi detido pela PF em Congonhas com R$ 102 mil em dinheiro vivo e 16 cheques em branco assinados por Bruno Covas. A Polícia Federal ocultou o quanto pode o caso e continua a fazê-lo.Em compensação, em 7 de outubro de 2014, a PF de Brasília vazou imediatamente para O Globo a apreensão de avião que transportava dinheiro suspeitoEm seguida, que o detido no jatinho era da campanha do PT em Minas GeraisSão, como sempre, os dois pesos e duas medidas da mídia e da Polícia Federal.Eis que na eleição presidencial de 2014, setores da PF aparecem, de novo, atuando em favor dos tucanos e contra os petistas. O vazamento seletivo da Operação Lava Jato já sinalizava o objetivo político e a Polícia Federal do Paraná como uma das possíveis fontes.Agora, as manifestações no Facebook dos delegados PF em postos-chave na Lava Jato escancararam as suspeitas. Eles agiram de forma organizada para interferir no resultado das eleições presidenciais de 2014. Deixaram a PF nua.O nome disso é golpe.Aparentemente, tudo foi bem armado com setores da mídia, sobretudo, neste caso, com a revista Veja.Ela antecipou para quinta-feira, 23 de outubro, a ida para as bancas na semana do segundo turno, para que a matéria sobre corrupção na Petrobras e a Operação Lava Jato tivesse mais tempo de  repercussão na televisão, principalmente no Jornal Nacional,   e, assim, influenciasse o resultado da disputa presidencial.Veja trazia na capa as fotos de Lula e Dilma, com o título: “Lula e Dilma sabiam de tudo”.Em 25 de outubro, véspera do segundo turno, o doleiro Alberto Youssef  foi hospitalizado. Surgiram então boatos de que ele havia morrido envenenado.A PF sabia que o suposto envenenamento e óbito não eram verdadeiros. Porém, deixou que isso fosse disseminado durante horas nas redes sociais e nos programas televisivos de domingo sobre as eleições, especialmente os da Globo. Só foi desmentir no começo daquela tardeTal ação fazia parte do golpe em andamento, que acabou não dando certo.“Os delegados, flagrados no Facebook,  tinham tanta certeza de que o golpe teria êxito que deixaram digitais e provas pelo caminho. Só isso explica o que disseram”, observa um experiente analista da política brasileira.Talvez também porque nesses 12 anos do governos petistas outros delegados da PF ficaram impunes.Paulo Moreira Leite alerta:A campanha anti-PT dos delegados da Polícia Federal lembra os desvios do Inquérito Policial-Militar (IPM)  da Aeronáutica que emparedou Getúlio Vargas em 1954.Em 1954, quando o major Rubem Vaz, da Aeronáutica, foi morto num atentado contra Carlos Lacerda, um grupo de militares da Aeronáutica abriu um IPM à margem das normas e regras do Direito, sem respeito pela própria disciplina e hierarquia.O saldo foi uma apuração cheia de falhas técnicas e dúvidas, como recorda Lira Neto no volume 3 da biografia de Getúlio, mas que possuía um objetivo político declarado — obter a renúncia de Vargas. Menos de 20 dias depois, o presidente da República, fundador da Petrobras, dava o tiro no peito.Mas atualmente é inconcebível, além de inconstitucional, que isso venha a acontecer novamente. Em hipótese alguma, pode-se encarar com naturalidade o anti-petismo militante e radical dos delegados denunciados.Para o bem da democracia, é preciso investigar a fundo a tentativa de golpe do qual esses quatro delegados fizeram parte, assim como é preciso combater seriamente a corrupção.Do contrário, a democracia corre o risco de ser golpeada de forma mortal mais uma vez.PS 1 do Viomundo: Na coletiva de imprensa, o ministro José Eduardo Cardozo disse que a Corregedoria da PF deve apurar primeiramente se as manifestações dos quatro delegados são verdadeiras.Mas como isso vai ser apurado se o site OCC foi quase que totalmente esterilizado após a publicação da denúncia doEstadão? As provas só podem estar com Júlia Duailibi. Será que a jornalista fez os print-screens das páginas? Ou será que ela só teve acesso às fotos daquelas páginas do Facebook?PS 2 do Viomundo: É importante que os leitores saibam que os delegados usam seus nomes cada hora de jeito: ou completos, ou em partes. Isso dá uma grande diferença nas buscas.PS 3 do Viomundo: Maurício Moscardi Grillo foi nomeado para o cargo em 25/08/2014 - Seção 2, página 54, de acordo com o Diário Oficial da União. Portanto, depois que as investigações da Lava Jato já estavam em andamento.14 - 11- Mauricio Moscardi Grillo-DOUQuem quiser ver a segunda parte do vídeo do delegado, ela está abaixo.
PS 4 do Viomundo:  O delegado Grillo também atuou na investigação do mensalão, em 2009. Veja aquiaqui aqui.PS 5 do Viomundo: A delegada Erika Marena trabalhou com o delegado da PF Carlos Alberto Dias Torres como responsáveis pelo inquérito que investigava Naji Nahas, o ex-prefeito paulistano Celso Pitta e outras 27 pessoas. Tudo derivado da Operação Satiagraha,que envolvia dois outros inquéritos, tendo como alvo o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.Pode-se vê-la falando sobre a Lava Jato neste vídeo e neste outro.PS 6 do Viomundo: Já que a Superintendência da PF em Brasília se recusou a responder nossas perguntas, oViomundo gostaria de recorrer, em última instância, à boa vontade do superintendente da PF do Paraná, Rosalvo Ferreira Franco:7- Rosalvo Ferreira Franco 1– Doutor, o senhor sabia que os seus quatro subordinados estavam atuando politicamente no Facebook, jogando no lixo o caráter republicano da PF como um todo?– Que medidas o senhor, como chefe geral, irá tomar?

sábado, março 28, 2015

ESTRUME DA HISTORIA BRASILEIRA. Livro que relata envolvimento de FHC com a CIA esgota edição é citado por três jornalistas quanto ao seu envolvimento com a espionagem dos EUA

Por Redação - do Rio de Janeiro
Está esgotado nas duas maiores livrarias do Rio o livro da escritora Frances Stonor Saunders "Quem pagou a conta? A CIA na Guerra Fria da cultura", no qual o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é acusado, frontalmente, de receber dinheiro da agência norte-americana de espionagem, para ajudar os EUA a “venderem melhor sua cultura aos povos nativos da América do Sul”. O exemplar, cujo preço varia de R$ 72 a R$ 75,00, leva entre 35 e 60 dias para chegar ao leitor, mesmo assim, de acordo com a disponibilidade no estoque. O interesse sobre a obra da escritora e ex-editora de Artes da revista britânica The New Statesman, no Brasil, pode ser avaliado ao longo dos cinco anos de seu lançamento.Quem pagou a conta?, segundo os editores, recebeu “uma ampla cobertura pela mídia quando foi lançado no exterior”, em 1999. Na obra, Frances Stonor Saunders narra em detalhes como e por que a CIA, durante a Guerra Fria, financiou artistas, publicações e intelectuais de centro e centro-esquerda, num esforço para mantê-los distantes da ideologia comunista. Cheia de personagens instigantes e memoráveis, entre eles o ex-presidente brasileiro, “esta é uma das maiores histórias de corrupção intelectual e artística pelo poder”.“Não é segredo para ninguém que, com o término da Segunda Guerra Mundial, a CIA passou a financiar artistas e intelectuais de direita; o que poucos sabem é que ela também cortejou personalidades de centro e de esquerda, num esforço para afastar a intelligentsia do comunismo e aproximá-la do American way of life. No livro, Saunders detalha como e por que a CIA promoveu congressos culturais, exposições e concertos, bem como as razões que a levaram a publicar e traduzir nos Estados Unidos autores alinhados com o governo norte-americano e a patrocinar a arte abstrata, como tentativa de reduzir o espaço para qualquer arte com conteúdo social. Além disso, por todo o mundo, subsidiou jornais críticos do marxismo, do comunismo e de políticas revolucionárias. Com esta política, foi capaz de angariar o apoio de alguns dos maiores expoentes do mundo ocidental, a ponto de muitos passarem a fazer parte de sua folha de pagamentos”.As publicações Partisan Review, Kenyon Review, New Leader e Encounter foram algumas das publicações que receberam apoio direto ou indireto dos cofres da CIA. Entre os intelectuais patrocinados ou promovidos pela CIA, além de FHC, estavam Irving Kristol, Melvin Lasky, Isaiah Berlin, Stephen Spender, Sidney Hook, Daniel Bell, Dwight MacDonald, Robert Lowell e Mary McCarthy, entre outros. Na Europa, havia um interesse especial na Esquerda Democrática e em ex-esquerdistas, como Ignacio Silone, Arthur Koestler, Raymond Aron, Michael Josselson e George Orwell.O jornalista Sebastião Nery, em 1999, quando o diário conservador carioca Tribuna da Imprensa ainda circulava em sua versão impressa, comentou em sua coluna que não seria possível resumir a obra em tão pouco espaço: “São 550 páginas documentadas, minuciosa e magistralmente escritas”, afirmou.
Dinheiro para FHC
“Numa noite de inverno do ano de 1969, nos escritórios da Fundação Ford, no Rio, Fernando Henrique teve uma conversa com Peter Bell, o representante da Fundação Ford no Brasil. Peter Bell se entusiasma e lhe oferece uma ajuda financeira de US$ 145 mil. Nasce o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento)”. Esta história, que reforça as afirmações de Saunders, está contada na página 154 do livro Fernando Henrique Cardoso, o Brasil do possível, da jornalista francesa Brigitte Hersant Leoni (Editora Nova Fronteira, Rio, 1997, tradução de Dora Rocha). O “inverno do ano de 1969″ era fevereiro daquele ano.Há menos de 60 dias, em 13 de dezembro, a ditadura militar havia lançado o AI-5 e elevado ao máximo o estado de terror após o golpe de 64, “desde o início financiado, comandado e sustentado pelos Estados Unidos”, como afirma a autora. Centenas de novas cassações e suspensões de direitos políticos estavam sendo assinadas. As prisões, lotadas. O ex-presidente Juscelino Kubitcheck e o ex-governador Carlos Lacerda tinham sido presos. Enquanto isso, Fernando Henrique recebia da poderosa e notória Fundação Ford uma primeira parcela para fundar o Cebrap. O total do financiamento nunca foi revelado. Na Universidade de São Paulo, por onde passou FHC, era voz corrente que o compromisso final dos norte-americanos girava em torno de US$ 800 mil a US$ 1 milhão.Segundo reportagem publicada no diário russo Pravda, um ano após o lançamento do livro no Brasil, os norte-americanos “não estavam jogando dinheiro pela janela”.“Fernando Henrique já tinha serviços prestados. Eles sabiam em quem estavam aplicando (os dólares)”. Na época, FHC lançara com o economista chileno Faletto o livro Dependência e desenvolvimento na América Latina, em que ambos defendiam a tese de que países em desenvolvimento ou mais atrasados poderiam desenvolver-se mantendo-se dependentes de outros países mais ricos. Como os Estados Unidos”. A cantilena foi repetida por FHC, em entrevista concedida ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, na edição da última terça-feira, a última de 2013.Com a cobertura e o dinheiro dos norte-americanos, FHC tornou-se, segundo o Pravda, “uma ‘personalidade internacional’ e passou a dar ‘aulas’ e fazer ‘conferências’ em universidades norte-americanas e européias. Era ‘um homem da Fundação Ford’. E o que era a Fundação Ford? Uma agente da CIA, um dos braços da CIA, o serviço secreto dos EUA”.
Principais trechos da pesquisa de Saunders:
1 – “A Fundação Farfield era uma fundação da CIA… As fundações autênticas, como a Ford, a Rockfeller, a Carnegie, eram consideradas o tipo melhor e mais plausível de disfarce para os financiamentos… permitiu que a CIA financiasse um leque aparentemente ilimitado de programas secretos de ação que afetavam grupos de jovens, sindicatos de trabalhadores, universidades, editoras e outras instituições privadas” (pág. 153).2 – “O uso de fundações filantrópicas era a maneira mais conveniente de transferir grandes somas para projetos da CIA, sem alertar para sua origem. Em meados da década de 50, a intromissão no campo das fundações foi maciça…” (pág. 152). “A CIA e a Fundação Ford, entre outras agências, haviam montado e financiado um aparelho de intelectuais escolhidos por sua postura correta na guerra fria” (pág. 443).3 – “A liberdade cultural não foi barata. A CIA bombeou dezenas de milhões de dólares… Ela funcionava, na verdade, como o ministério da Cultura dos Estados Unidos… com a organização sistemática de uma rede de grupos ou amigos, que trabalhavam de mãos dadas com a CIA, para proporcionar o financiamento de seus programas secretos” (pág. 147).4 – “Não conseguíamos gastar tudo. Lembro-me de ter encontrado o tesoureiro. Santo Deus, disse eu, como podemos gastar isso? Não havia limites, ninguém tinha que prestar contas. Era impressionante” (pág. 123).5 – “Surgiu uma profusão de sucursais, não apenas na Europa (havia escritorios na Alemanha Ocidental, na Grã-Bretanha, na Suécia, na Dinamarca e na Islândia), mas também noutras regiões: no Japão, na Índia, na Argentina, no Chile, na Austrália, no Líbano, no México, no Peru, no Uruguai, na Colômbia, no Paquistão e no Brasil” (pág. 119).6 – “A ajuda financeira teria de ser complementada por um programa concentrado de guerra cultural, numa das mais ambiciosas operações secretas da guerra fria: conquistar a intelectualidade ocidental para a proposta norte-americana” (pág. 45).
Espionagem e dólares
Não há registros imediatos de que o ex-presidente tenha negado ou admitido as denúncias constantes nos livros de Sauders e Leoni. Em julho do ano passado, no entanto, o jornalista Bob Fernandes, apresentador da TV Gazeta, de São Paulo, publicou artigo no qual repassa o envolvimento do ex-presidente com os serviços de espionagem dos EUA, sem que tivesse precisado, posteriormente, negar uma só palavra do que disse. Segundo Fernandes, “o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz que ‘nunca soube de espionagem da CIA’ no Brasil. O governo atual cobra explicações dos Estados Unidos”.“Vamos aos fatos. Entre março de 1999 e abril de 2004, publiquei 15 longas e detalhadas reportagens na revista CartaCapital. Documentos, nomes, endereços, histórias provavam como os Estados Unidos espionavam o Brasil.Documentos bancários mostravam como, no governo FHC, a DEA, agência norte-americana de combate ao tráfico de drogas, pagava operações da Polícia Federal. Chegava inclusive a depositar na conta de delegados. Porque aquele era um tempo em que a PF não tinha orçamento para bancar todas operações e a DEA bancava as de maiores dimensão e urgência”, garante Fernandes.Ainda segundo o jornalista, o mínimo de “16 serviços secretos dos EUA operavam no Brasil. Às segundas-feiras, essas agências realizavam a ‘Reunião da Nação’, na embaixada, em Brasília”.Bob Fernandes, que foi redator-chefe de CartaCapital, trabalhou nas revistas IstoÉ (BSB e EUA) eVeja, foi repórter da Folha de S.Paulo e do Jornal do Brasil, afirma ainda que “tudo isso foi revelado com riqueza de detalhes: datas, nomes, endereços, documentos, fatos. Em abril de 2004, com a reportagem de capa, publicamos os nomes daqueles que, disfarçados de diplomatas, como é habitual, chefiavam CIA, DEA, NSA e demais agências no Brasil. Vicente Chellotti, diretor da PF, caiu depois da reportagem de capa Os Porões do Brasil, de 3 de março de 1999. Isso no governo de FHC, que agora, na sua página no Facerbook, disse desconhecer ações da CIA no país”.

quinta-feira, março 19, 2015

MEU DESAGRAVO AO CID GOMES

Hoje o congresso provou que o ex governador do Ceará e ex ministro de Educação Cid Gomes estava certo quando disse dos achacalhadores do congresso. Que bando de pessoas despreziveis meu Deus .!!!!! Onde vamos chegar com isso? Esse povo não é sério . Só olham pros proprips imbigos e esquecem que foram eleitos pelo povo e para o povo . Deixem de ser psicopatas e melindrados. Lembrem se que o congresso é ou deveria ser uma casa do povo e deveria ser pelo povo e não de vocês que deveria nos representar. Que tal vocês trabalharem pelo País com um. Todo. Comecem contratando um psicólogo para vocês fazerem uma terapia coletiva. Depois um padre para exorcizar o diabo que está no corpo de cada um de vocês consumindo os cérebros. Pensem um pouquinho no povo que votou em vocês e esqueçam um pouco dos patrocinadores. Vocês não são produtos. Mas pessoas. Governem pro Brasil, que é onde seus eleitores vivem. O presidente norte americano Obama já tem os seus próprios deputados e senadores. E o capital internacional, que vocês tanto defendem estão se lixando pro Brasil e pra vocês. Esqueçam a Dilma, que é do poder executivo e legislem com responsabilidade. O Brasil espera leis justas e inclusivas. Ninguém votou em deputado e nem em senador para presidir o Brasil. Para esse mister cada um votou em seu candidato preferidos. Se Dilma ganhou as eleições .ela é e tem que ser, segundo a constituição Brasileira, a Presidente de todos os Brasileiros. E como Brasileiro que sou ela é minha presidente e vai cumprir digna e justamente o tempo que a constituição a permite. (quatro anos) . Eu aprendi que temos três poderes; o executivo , representado pela presidente Dilma. O judiciário, representado pelo Presidente Ministro Levandovisk e o Legislativo representado pelos presidentes do senado e câmara federal com seus senadores e é deputados. Pois bem se cada um faz a sua parte com respeito, ética e responsabilidade . Se isso acontece o Brasil ganha, do contrário , todos nós perdemos. Caro Deputado Cunha , não precisamos de celebridades já temos atores demais e as instituições não são palcos e nem circos, uma casa que deveria nos representar e nos honrar. Não façam isso com o meu País. Honrem nossos votos e esqueçam os patrocinadores. Por favor, não sejam os formadores de caus porque apesar vocês não saberem nossos destinos estão nas mãos de vocês suas excelências celebridadissimas pavonesesProf. Paulo santos eleitor brasileiro

sábado, março 14, 2015

EM JUNHO DE 2005 O GORDUCHO RONALDO EX FENOMENO LANÇA UMA PEROLA SOBRE O RACISMO NO FUTEBOL, HOJE O PAI DELE FOI DISCRIMINADO E HUMILHADO NO PREDIO ONDE MORA

NÉLIO NAZÁRIO FOI VÍTIMA DE RACISMO  NO  ELEVADOR   DO PRÉDIO ONDE MORA  NO RIO DE JANEIRO

Pai de Ronaldo Fenômeno, Nélio Nazário foi vítima de racismo no condomínio de luxo onde mora no Rio de Janeiro. Irritado com o preconceito contra a cor da sua pele,
o veterano fez um desabafo inflamado em seu perfil no Facebook.

"Ser negro nesse país é uma das piores coisas do mundo.
 Agora aconteceu comigo uma das piores coisas do mundo em relação ao racismo.    Estava eu esperando  o elevador social, já que moro na cobertura,   mas para surpresa minha ninguém veio  comigo, preferiram o elevador de serviço.Mas negro é negro em qualquer lugar.    E nunca ter medo ou vergonha de sua negritude", escreveu.Recentemente,   o pai do ex-jogador passou por uma cirurgia de emergência   por conta de uma diverticulite. Seu Nélio passou o Natal internado por conta do    problema de saude.

RECUPEREI ESSA  MATERIA  DE JUNHO DE 2005

Há pouco mais de uma semana, o jogador Ronaldo Nazário, o Ronaldo “fenômeno”, do Real Madrid e da seleção brasileira, ao fazer um comentário sobre a discriminação racial nos estádios de futebol, lançou uma inacreditável “pérola”: “Acho que todos os negros sofrem (com o racismo). Eu, que sou branco, sofro com tamanha ignorância”.
O absurdo da frase foi alvo de comentários irônicos em toda parte. Mas, na verdade, a história toda só seria realmente cômica se não fosse expressão de uma verdadeira tragédia: a dificuldade que negros e negras têm em assumir sua negritude. Uma dificuldade que muito tem a ver com a história deste país.
Apenas para citar um exemplo “histórico”, basta lembrar o resultado do censo de 1980, quando depois de anos nos quais o item raça/cor era excluído da pesquisa pela ditadura, cerca de 50% da população respondeu à questão com 136 “cores” diferentes.
O absurdo arco-íris incluía coisas como “acastanhada”, “alva escura”, “branca morena”, “morena bem chegada”, “pouco clara” ou “puxa para branca”. Auto-definições que, como constatou o livro “Retrato do Brasil”, de 1985, demonstram que “o brasileiro foge da sua verdade étnica, procurando, através de simbolismos de fuga, situar-se o mais próximo possível do modelo tido como superior”, ou seja, o branco.
Evidentemente, o caso de Ronaldinho, hoje, é um tanto mais grave e complexo do que aquilo que foi constatado há 25 anos. Primeiro, porque de lá para cá, houve um significativo avanço da consciência racial no país, graças à luta constante do movimento negro. Segundo, porque, diferentemente do conjunto da população negra, o jogador, membro estelar da elite nacional, não só é notoriamente reconhecido como negro, como também não teria nenhuma pressão objetiva para fugir de sua negritude. Aliás, queira ele ou não, seu nome foi citado com destaque na recém lançada “Enciclopédia da Diáspora Africana”, organizada por Nei Lopes, como um expoente negro brasileiro.
Sua postura, lamentavelmente, parece estar muito mais próxima do batalhão de jogadores de futebol, artistas, músicos e profissionais liberais negros que, ao atingirem a fama e a fortuna, simplesmente omitem-se diante da questão racial, “fingem” que a história não é com eles ou, ainda, fazem verdadeiros malabarismos para se “embranquecer” e, conseqüentemente, serem “melhores” vistos pelos seus pares da classe A e B.
Uma postura que deve ser veementemente condenada, mas também precisa ser analisada dentro de uma perspectiva histórica, para que possamos combater sua existência dentro da maioria da população brasileira.
Pois, afinal, nosso maior problema não é o fato de Ronaldinho se pensar branco, mas, sim, a constatação de que, no último censo, em 2000, foram apenas 6,2% da população que se declararam da cor “preta” (termo inadequado que o IBGE insiste em utilizar), contra 39,1% de pardos (uma definição que, no máximo, poderia ser utilizada para envelopes), 53,8% de brancos, 0,5% de amarelos e 0,4% de indígenas. Para se ter uma idéia da distorção destes números basta dizer que, na Bahia, os negros são, segundo o IBGE, exatamente, 13,1% da população!
O embraquecimento, a democracia racial e identidadePara entender este lamentável “fenômeno” é preciso voltar à história do século 19, quando intelectuais como Nina Rodrigues e Sílvio Romero bradavam aos quatro ventos que este país só seria “moderno” e “viável” se conseguisse por fim à “maldita herança da escravidão”: a existência de uma ampla maioria negra no país.
As teses de Romero e Rodrigues (que chegaram a prever a “extinção” total de negros, por volta do ano 2000, através da miscigenação) não só alimentaram, no Congresso, os discursos dos políticos que defenderam a imigração em massa de europeus para o Brasil, como também criaram a idéia de que “melhorar”, “progredir” e “modernizar-se” eram literais sinônimos de “embranquecer-se”.
Essa concepção, na década de 1930, ganhou uma nova roupagem com a teoria da “democracia racial” que, na essência, tentava provar que éramos todos “mestiços” e que, portanto, em nosso país, não havia espaço para o racismo.
Independente dos muitos reflexos destas formulações, o fato é que se criou no país uma ideologia completamente falsa e distorcida sobre a questão racial. Uma ideologia que, contudo, não resiste nem às experiências discriminatórias do cotidiano, nem ao preconceito que marca todos os aspectos da vida de negros e negras e, muito menos, a uma checagem mais próxima daquilo que os brasileiros pensam do que significa ser negro ou ser branco neste país.
Apenas para citar um exemplo, basta dar uma olhada no “Aurélio”, o dicionário mais popular entre nós. Em sua última edição, o livro que sintetiza o que se passa pela cabeça das pessoas Brasil afora, não deixa dúvidas sobre a questão. 
Nele, negro é definido, dentre outras coisas, como: “De cor preta (...) diz-se de indivíduo dessa etnia (...), sujo, encardido (...), muito triste, lúgubre (...), maldito, sinistro (...), perverso, nefando (...) escravo”. Já, branco, é definido com uma enorme carga positiva: “Da cor da neve, do leite, do cal, alvo, cândido (...), diz-se de indivíduo de pele clara (...), sem mácula, inocente, puro, cândido, ingênuo”.
Por estas e muitas outras, são muitos os negros e negras, com Ronaldinho, que preferem se definir e serem vistos como “puro, cândido e inocente”, ou invés de “maldido, sinistro, perverso ou escravo”.
Reverter essa situação e criar condições para que negros e negras assumam sua identidade racial e retirem a carga negativa que está associada à negritude é parte fundamental da luta contra o racismo no Brasil. Uma tarefa para a qual, Ronaldo e sua lamentável declaração prestaram, no mínimo, um enorme desserviço.



sexta-feira, março 13, 2015

COM MAIS DE 40 MIL, CUT E MOVIMENTOS SOCIAIS MOSTRAM FORÇA E ALIVIAM DILMA