sábado, novembro 03, 2012

Deixa o homi trabaíá. Promessas descumpridas pelo prefeito reeleito de BH testam paciência da população de BH Atrasos em seis obras ou serviços que deveriam ter começado, avançado ou terminado se arrastam. Depois de quase um ano, Porem Dnit, que é do governo federal e naotem nada a ver com a prefeitura, diz que reabre túnel do ponteio este mês


Percorrer 1,5 quilômetro para fazer um retorno parece razoável. O problema é quando vencer a distância, em vez de habituais três minutos, pode levar mais de uma hora. É o risco que há quase um ano correm os motoristas que passam pela BR-356 no sentido Nova Lima e precisam voltar. Desde 15 de dezembro, quando o Túnel do Ponteio foi soterrado devido às chuvas, quem trafega pela pista precisa seguir até o trevo do BH Shopping para retornar e, dependendo do horário, encara engarrafamentos. “Quando estou no Ponteio e preciso ir à Savassi perco tempo demais”, reclama a médica Elizabeth Teixeira, de 67 anos. Depois de lenta licitação e de estourar prazos, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) finalmente promete entregar a obra. A data, segundo a assessoria do órgão, é sábado que vem. O caso do Túnel do Ponteio não é isolado. Pelo menos outras seis obras ou serviços aguardados pela população de Belo Horizonte e prometidos Pelo prefeito Marcio Lacerda no período de camanha para serem iniciados, concluídos ou acelerados este ano sofreram atrasos. Mais: a maior parte ficou para 2013 ou 2014. No pacote de intervenções postergadas estão a duplicação da BR-381, a construção da nova rodoviária, a implantação dos estacionamentos subterrâneos, a licitação de 605 permissões de táxis, a instalação dos painéis de informação dinâmica nos pontos de ônibus e a conclusão do inventário das árvores da cidade. “Em muitos casos, é a famosa burocracia que acaba provocando atrasos em obras públicas”, critica Silvestre Andrade, engenheiro civil e consultor em transporte e trânsito. Para ele, o caso do Túnel do Ponteio é um exemplo. “A demora no início das intervenções foi um problema”, opina. Como o túnel na BR-356, boa parte das intervenções atrasadas são ligadas ao trânsito. Apenas na quarta-feira, por exemplo, a aguardada duplicação da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, teve passo importante por parte do governo federal. Em encontro com o governador Antonio Anastasia, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, lançou a licitação de seis lotes – em setembro de 2011, a presidente Dilma Rousseff prometeu lançar editais ainda naquele ano e no início de 2012. Apesar da cerimônia, as empresas interessadas ainda não poderão avaliar se os projetos as interessam: o Dnit só vai disponibilizar os editais na quarta-feira, uma semana depois do anunciado. A promessa, agora, é de que as obras comecem em 2013 e fiquem prontas em 2016. Outra reivindicação antiga em BH, o reforço na frota de táxis também ficou para o ano que vem. A previsão era de que a licitação de 605 placas, que vão se somar às 5.955 permissões atuais, fosse concluída em 2012 e que os novos táxis já circulassem este ano. O prazo, porém, foi revisto. “Como um taxista não concordou com um dos critérios da licitação, ele entrou na Justiça e o processo ficou quase dois meses paralisado”, justifica a diretora de Atendimento e Informação da BHTrans, Jussara Bellavinha. A nova previsão de conclusão é meados de janeiro. Pontos de ônibus Esperado para trazer a partir de dezembro deste ano uma melhora na qualidade do serviço de ônibus, o Sistema Inteligente de Transporte Coletivo (Sitbus), que consiste em painéis de informação dinâmica sobre os itinerários do BHBus, é outro projeto atrasado. Todos os seus equipamentos se encontram em testes. O ponto de ônibus da Avenida Olegário Maciel, na Praça da Assembleia, Bairro Santo Agostinho, é um dos locais na cidade equipado com o sistema. “Isso tinha de funcionar o quanto antes na cidade toda. Ficar esperando o ônibus no ponto sem nenhuma informação é muito ruim”, defende a biomédica Rita Maia. A BHTrans afirma que não considera atraso no sistema porque a meta da empresa é que tudo esteja funcionando em maio de 2014. Vitais para o trânsito, as concorrências para a nova rodoviária do Bairro São Gabriel, na Região Nordeste, e dos 10 espaços para estacionamentos subterrâneos dentro da Avenida do Contorno ( promessas de campanha de márcio lacerda) precisaram ser modificadas porque ninguém se interessou em participar e investir nas obras. No caso do terminal viário, em 24 de janeiro de 2010 o prefeito Marcio Lacerda prometeu para o fim deste ano o início das operações. Mas O projeto precisou ser alterado drasticamente, já que nenhuma empresa se interessou pelo primeiro edital. Um shopping e um hotel previstos nas primeiras plantas foram suprimidos e em janeiro deste ano uma empreiteira foi escolhida para tocar a obra, de R$ 6,1 milhões. As intervenções só começaram em setembro. O investimento total é de R$ 60 milhões e a estrutura só estará pronta em 2014. Mesmo problema enfrenta o projeto dos estacionamentos subterrâneos. Em setembro, o projeto que previa concessão de 30 anos para a implantação e a administração de 10 empreendimentos com mais de 4 mil vagas. Como nenhuma empresa se interessou, o projeto foi redimensionado para oito pontos, com 3.500 vagas, e deve começar apenas no próximo ano. Árvores Em pleno período chuvoso, a capital continua sem contar com informações mais precisas sobre as árvores da cidade, que podem se tornar um problema com tempestades e ventanias. Iniciado em novembro de 2011, o inventário das árvores deveria ficar pronto em um ano. Um adiamento levou o prazo final para janeiro de 2013, mas as primeiras descobertas da equipe que trabalha no inventário já adiaram mais uma vez a conclusão para dezembro do ano que vem. Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, houve dois motivos para o adiamento: o aumento do número de plantas a serem analisadas – de 300 mil para 350 mil exemplares, e a necessidade de a equipe que faz o inventário sair sempre escoltada pela Guarda Municipal devido ao roubo de equipamentos.

 


 


 


 


 


 

É preciso fazer boas licitações


 

 


 


 

A licitação não começa com a publicação do edital. O mais importante é a fase anterior. É nas etapas internas que se define exatamente o objeto (o que serão a obra ou o serviço propriamente ditos), a fórmula do edital e as regras do jogo. A maioria dos certames que dá problema não teve essa fase interna bem realizada e isso abre espaço para ações na Justiça, ajustes e questionamentos. Quando tudo é feito de maneira adequada, o risco de dar errado é muito menor. Há também problemas na própria Lei 8.666/1993 (de licitações). A burocracia e a exigência de documentações não previam as concorrências modernas, feitas hoje por meio eletrônico, mas que esbarram nessas exigências ultrapassadas. Outro equívoco é achar que o poder público economiza mais ao contratar os serviços pelo menor preço. Muitas vezes, pagar um pouco mais por serviço melhor é mais econômico. Ficou para depois Algumas das obras ou serviços que os órgãos públicos prometeram iniciar, concluir ou acelerar:



 

Mais táxis


 

BHTrans lançou licitação para 605 placas. Meta era que nova frota circulasse este ano, mas novo prazo é janeiro. Justificativa foi a paralisação da concorrência por decisão judicial. Enquanto isso, dificuldade de pegar táxi continua.


 


 


 


 


 

Painéis em pontos de ônibus


 

Expectativa era de que a instalação de painéis com dados sobre viagens melhorasse já em dezembro avaliação de usuários, mas parte do sistema teve de ser trocado. Poucos pontos, como no Santo Agostinho, dispõem do serviço.


 


 


 


 


 

Duplicação da BR-381A presidente Dilma chegou a prometer abrir licitação de trechos no fim de 2011 e início de 2012, mas a medida só foi anunciada esta semana. As obras na Rodovia da Morte só devem começar em março.


 


 


 

Estacionamento subterrâneo e rodoviária


 

Nos dois casos, projetos lançados para realizar obras por meio de concessão não atraíram interessados. A rodoviária será bancada pela PBH e fica pronta em 2014. Novo projeto será feito para os estacionamentos.


 


 


 

Inventário das árvores


 

Trabalho começou no início de 2011 e previsão era terminá-lo em um ano. PBH reviu o prazo para janeiro de 2013, mas já houve adiamento. Estudo permitirá, por exemplo, saber com mais precisão que árvores devem ser suprimidas.


 

Túnel do Ponteio


 

Por causa dessa briga constante entre partidos, quase um ano depois de soterrado, túnel do Ponteio ainda está em obras. Depois de lenta licitação, previsão do Dnit é concluir reforma este mês. Especialistas alertam que chuvas podem provocar novo atraso no cronograma e o povo de BH é quem sofre.


 


 


Nenhum comentário:

Postar um comentário