terça-feira, fevereiro 02, 2010

Utopia - Desigualdade entre negros e brancos acabaria em 30 anos

No ano de 2008, quando se completou 120 anos da abolição oficial da escravidão, governo Lula lançou mais um plano paliativo para os negros. Quase dois anos após nada foi feito concretamente
Divulgada no dia em que se completou 120 anos da abolição da escravidão, no dia 13 de maio de 2008, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) constatou que se os programas do governo de "transferência de renda" continuarem, a desigualdade econômica entre negros e brancos no Brasil poderá acabar nos próximos 32 anos.
Programas como o Bolsa Família, por exemplo, seriam capazes de extinguir nas próximas décadas o enorme abismo existente entre negros e brancos desde que os primeiros escravos chegaram por aqui. Quem acredita em conto de fadas pode parar por aqui.
Atualmente, segundo o próprio IPEA, a população negra no Brasil recebe uma renda média de 53% em relação à renda dos brancos. Estes recebem uma remuneração de, em média, R$ 1.087 ante aos R$ 578,24 recebida por negros.
Os negros continuam ocupando os postos de trabalho menos privilegiados e constituem a maioria do mercado informal. Ao menos 55% dos que trabalham sem carteira assinada são negros. Já em relação ao serviço doméstico, também são os negros - em sua grande maioria mulheres - que cobrem o mercado: 59,1%.
No campo, 60,3% dos trabalhadores são negros. E na construção civil correspondem a 57,9% da força de trabalho. São também os negros que representam a maioria da população que está abaixo da linha de pobreza.
Os brancos estão no topo da gerência e dominam os cargos executivos. No setor financeiro não há negros nas posições mais altas. Além disso, 71,7% dos empregadores são brancos e 57,2% dos brancos trabalham com carteira assinada.
No desemprego, são também os negros que são os mais afetados. São 4,5 milhões de desempregados, quase um milhão a mais que os brancos: 3,7 milhões.
Entre os negros que têm trabalho registrado, 60,4% ganham até um salário mínimo.
"A população branca ainda tem mais acesso às políticas públicas do governo do que os negros" confirma Mario Theodoro, diretor de Cooperação e Desenvolvimento do IPEA (Jornal do Brasil, 14/5/2008).
Se a pesquisa, no entanto, afirma que em três décadas os negros não estarão mais em posição desprivilegiada, quer dizer então que no setor da educação, por exemplo, não deverá mais existir o vestibular, o funil que exclui milhões de estudantes, principalmente proletários, e garante o lucro da indústria dos cursinhos. Afinal, mesmo que as cotas para negros se estendam para mais universidades, significaria reconhecer a desigualdade racial até o fim dos tempos.
Na verdade, à medida que a exploração aumenta e as condições de vida dos trabalhadores são paulatinamente rebaixadas, a desigualdade aumenta cada vez mais. Ainda mais se levarmos em consideração o fato de que hoje a população negra no Brasil é maior do que a branca.
Os programas do governo não devem ser considerados nem mesmo paliativas, pois além de não resolver as necessidades da população pobre, são programas que servem mais para o desvio de dinheiro público para políticos em todos os estados que mesmo para políticas verdadeiras de igualdade racial.
A desigualdade racial está ligada com o regime político burguês que perpetua as desigualdades sociais através da manutenção de inúmeros aspectos do regime pré-capitalista e da acentuação da exploração capitalista apoiada na expropriação da maioria em favor da minoria. Por isso sempre digo que só a mobilização independente dos trabalhadores, baseado num programa revolucionário, ou seja, socialista, garantirá de fato as necessidades de toda população pobre, incluindo os demais setores oprimidos da sociedade, como os negros, as mulheres e a juventude. Para isso, será necessário derrubar de alto a baixo o atual regime político, criando um novo estado, dirigido pelos Brasileiros verdadeiros, os pagantes de impostos, os trabalhadores, os geradores de renda e os que devem fiscalizar o poder e buscar alternativas eficazes de distribuição de renda eliminando esse abismo que existe entre ricos e pobres e brancos e negros.
Não adianta um governante sancionar leis criar decretos, fazer políticas públicas de interesse social s e os auxiliares diretos não colocam em prática e a sociedade nao entra com sua parcela de auxilio pra dar certo.

Um comentário:

  1. as vezes sinto vergonha em ser brasileira, pelo simples motivos da hipocresia de autoridades. essa questão de cotas para negros, em universidades,e um discurso infame sobre todos terem os mesmos direitos, brancos e negros, nem deveria existir. a capacidade das pessoas ñ é medida pela cor da pele,isso é muito IMBECIL. "Por que tenho a pele escura, tenho que entrar em umprograma que me garante uma vaga na faculdade, tenho direitos, simplesmente por que sou ser humano,com qualidades e defeitos, é algo que vai muito além da cor da pele"

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