sábado, janeiro 31, 2015

Metrô e CPTM: transporte para gado?

Número de usuários cresce mais que o próprio sistema. Seguidos governos tucanos praticamente paralisaram as obras de expansão, enquanto a população sofre com uma lotação cada vez maior

 Em horário de pico, lotação chega a 11  usuários por metro quadrado.
Entre 2011 e 2014, o número de usuários do Metrô e da Companhia de Trens Metropolitanos (CPTM) aumentou substancialmente, sendo muito superior à expansão dos próprios sistemas, que sofrem há anos com a superlotação.
No Metrô de São Paulo houve a expansão de 5,5%, um aumento de 4,1Km, chegando ao total de 78,4 km. No mesmo período, o número de usuários, já considerado excessivo para o tamanho do sistema, 1,138 bilhão para 1,304 bilhão, o que representa um aumento de 14,5%. Nestes quatro anos, foram abertas apenas quatro novas estações do Metrô.
Na CPTM a situação é ainda mais crítica. O crescimento no número de passageiros foi de 18,8%, chegando a 832 milhões de usuários em 2014. No mesmo período, a rede aumentou apenas 2,5%, passando de 254,4 para 260,8. Com isto, o crescimento no número de usuários é 7,5 vezes maior.
Com a expansão limitada e demorada, os dois sistemas de transporte sobre trilhos sofrem com a superlotação, em alguns casos até mesmo fora do horário de pico. Nas horas de maior circulação, o metrô chega a registrar lotação de 11 pessoas por metro quadrado. Este quadro ainda aumenta o desgaste do sistema que sofre cada vez mais com lentidão e ocorrência de panes.
Uma das linhas com maior atraso nas obras é a privatizada 4-Amarela. Prevista para ser entregue em 2003, foi adiada para 2012 e até o momento falta a entrega das estações Oscar Freire, Higienópolis-Mackenzie, Morumbi e Vila Sônia.
Estima-se que a cidade, devido ao seu tamanho, deveria ter pelo menos 400Km de Metrô, cerca 5 vezes maior que hoje. Mesmo em relação a outras metrópoles de países atrasados, São Paulo está muito atrás. Na Cidade do México, ainda que seu território seja menor, o seu metrô possui 226Km.
A situação do transporte público é uma síntese do que os seguidos governos do PSDB fizeram com São Paulo. Todo o sistema público está sucateado, sem haver um desenvolvimento significativo há anos. A privatização, como ocorrida na linha 4, mostra também qual é o seu resultado, com atrasos na obra e acidentes por corte de gastos e falta de fiscalização.

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