Prof. Paulo Jorge dos Santos.Jorn., Grafólogo,Prof. e Ambientalista, Pós Graduado em Adm.Legisl.P.UNISUL, Membro do Col. Est. e Nac.de meio Ambiente do PT, F. Mineiro de Agenda 21, Membro da Coord.Est.de Comb.ao Racismo do PTMG, Coord. Reg. Met.de Comb.ao Racismo da RMBH do PTMG. Membro dos Comitês de Bacias dos Rios Pará e São Francisco. Palestrante Em Faculdades e Órgãos Públicos Com Ações e Consultorias Em Dir. Humanos Étnicos e Ambientais.
domingo, maio 20, 2012
PÉROLAS DO YOUTUBE
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o Primeiro é o da carol pelada
http://www.youtube.com/watch?v=gaOx6L3o70s&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=qH3q84OiuL8&feature=youtube_gdata
http://www.youtube.com/watch?NR=1&feature=endscreen&v=IslV46Ld5yI
http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=QdvYAjQYdIs
A EVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA, UM MOTIVO DE REFLEXÃO
No princípio buscamos respostas. Moramos no ilusório. Fazemos o que a sociedade diz que devemos fazer ou pelo contrário nos rebelamos e fazemos o oposto. Criamos famílias e construímos empresas, entretanto, não importa o que conseguimos no externo, ainda sentimos que nos falta algo. Para alguns, esta inconformidade se apresenta como um grito ensurdecedor, para outros, como um mal estar subjacente, mas a sensação é a mesma: deve haver algo mais. O coração está sedento de algo mais.
A princípio tentamos mudar o externo. Alguns se transformam fisicamente, outros buscam mudanças políticas, na sociedade ou na família. Quando algo nos faz sentir incômodos - seja um mendigo na rua, o vizinho chato ou um ex-amante - fazemos vista grossa ou o eliminamos de nossa vida. Se temos uma discussão ou não gostamos de algo, o que fazemos? Nos separamos daquilo que nos incomoda. Continuamos nos separando uma e outra vez até que em algum momento percebemos que estamos repetindo os mesmos padrões. A razão é que todo o externo é um aspecto de nós mesmos. Finalmente percebemos que temos que provar algo diferente.
Imagine que você é um projetor brilhando de luz sobre uma parede branca. Agora imagine que um slide mostra uma ranhura, com uma imagem de conflito. Chateado, você dá as costas para evitar a imagem, entretanto a mesma imagem continua aparecendo em nova superfície. Você quebra a parede mas a imagem continua aparecendo na parede de trás. Foge mas leva a imagem com você e é refletida novamente aonde quer que você vá. Assim de inútil são nossas tentativas de mudar o mundo: nunca estamos satisfeitos até que vamos para dentro e mudamos o slide.
Como mencionei antes, aos vinte e oito anos perdi tudo. Quando aconteceu, pensei que era o pior da minha vida, mas na realidade foi o melhor. Foi o melhor presente que poderia ter recebido, já que me levou a encontrar a mim mesma. Tinha que encontrar algo mais seguro e este algo era o amor incondicional. Quando começamos a curar, encontramos este lugar. Este lugar tranquilo e doce onde sentimos alegria, é também a fonte de nossa sabedoria interna. Sabe a verdade e fala desde a onisciência. Quando começamos a conectar com este lugar, este espaço de unidade, descobrimos nossa verdadeira essência. Isto é o que anseia o coração.
Hoje em dia a vida se move em um ritmo cada vez maior. Da mesma forma que vai acelerando nossa capacidade de comunicar e consumir, o mesmo ocorre com a busca coletiva da humanidade. A avalanche de divertimento, publicidade e distração está chegando tão rápido e furiosamente que temos que soltar as expectativas de encontrar consolo aí. Temos que ir para dentro para encontrar o que realmente estamos buscando: a experiência de amor-consciência, a energia ilimitada que nos conecta com a totalidade. Temos que começar a nos converter em criadores e assumir a responsabilidade total de nossas vidas em lugar de culpar sempre o exterior. A forma de fazer isto é curar e voltar à nossa verdadeira natureza, que é o vazio, vibrando em amor. A abundância vibrando em amor.
A transformação futura não é importante, o importante é o que estamos escolhendo neste momento. Se pergunte: Estou escolhendo o amor? Estou escolhendo ser responsável? Estou escolhendo mudar a minha vida? Estou colocando o amor incondicional em primeiro lugar e confiando? Quando vejo a insegurança externa, estou cultivando a segurança interna? Estou evoluindo ou estou me isolando em mais medo?
Ao ir para dentro começará a encontrar as respostas, suas respostas. Não as minhas respostas - estas não são importantes. Isto não é um sistema de crenças, mas se trata de encontrar o guru dentro de você e assumir a responsabilidade. Sempre queremos que alguém nos conserte, mas não podem. Não somos como um carro que mandamos ao mecânico. Temos que ir profundo e isto é o maravilhoso da exploração de si mesmo: é a coisa mais excitante - a única terra que está por descobrir. Quando começar a descobrir a si mesmo ficará assombrado com o incrível que você é, o corajoso que foi e as escolhas que fez.
terça-feira, maio 15, 2012
Demóstenes Gurgel arquivou pedido feito em 2009 para investigar Demóstenes, diz delegado na CPI
Gurgel arquivou pedido feito em 2009 para investigar Demóstenes, diz delegado na CPI
O depoimento do delegado da Polícia Federal que comandou a Operação Vegas, Raul Alexandre Souza, reforçou as dúvidas quanto à atuação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, nas investigações sobre a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Ao responder a perguntas dos parlamentares, na terça-feira (8), em sessão secreta, o delegado disse que a investigação foi engavetada pelo procurador.
Integrantes da comissão disseram que Alexandre Souza enviou em setembro de 2009 um pedido para que Gurgel investigasse Demóstenes Torres, por suspeita de envolvimento com o esquema do contraventor. O procurador só pediu abertura de inquérito contra o senador no Supremo Tribunal Federal (STF) em 27 de março deste ano, depois que o conteúdo das ligações entre o senador e Cachoeira foi revelado.
“Ficou ruim para o Gurgel”, admitiu um deputado de oposição que integra a CPI e até o momento defendia que o procurador-geral não fosse convocado a depor. “As minhas convicções só foram reforçadas”, afirmou outro deputado, da base aliada, referindo-se ao fato de que o procurador teria sido condescendente com Demóstenes.
Parlamentares que acompanharam o depoimento disseram que Sousa relatou que a Operação Vegas teve 55 alvos entre 2008 e 2009. Foram realizadas 61.803 ligações, num total de 1.388 horas de gravação, durante os 60 dias de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça. Isso dá, nas contas do delegado, 1.030 ligações feitas por dia. Cachoeira teve 234 horas de conversas gravadas, uma média de quatro horas diárias.
Segundo o delegado, as investigações foram paralisadas no momento em que apareceram as conversas com parlamentares, como o senador goiano, que detêm foro privilegiado e só podem ser investigados pelo STF.
Roberto Gurgel tem afirmado que não abriu inquérito por estratégia, porque “verificou que os elementos não eram suficientes para uma iniciativa no âmbito do STF”. Ele vem alegando ter optado por sobrestar o caso, como forma de evitar que fossem reveladas “outras investigações relativas a pessoas não detentoras de foro, inviabilizando seu prosseguimento, que viria a ser formalizado na Operação Monte Carlo”.
“Ele (Gurgel) disse que a Vegas não tinha elementos para pedir a abertura de inquérito (contra Demóstenes), mas no pedido que fez depois ao STF, usou 16 itens da operação”, observou o senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP). “O delegado confirmou as ligações do senador com Cachoeira, que são cada vez mais claras”, disse o senador Cássio Cunha Lima (PSDB/PB).
A avaliação preliminar é de que, com o depoimento, voltará a ganhar força a disposição de se ouvir na CPI o procurador-geral, na medida em que depois das revelações do delegado as explicações do Ministério Público para retardar as investigações contra os parlamentares são consideradas insuficientes pelos integrantes da comissão. Com isso, não apenas os aliados devem apoiar a vinda de Gurgel à CPI.
quarta-feira, maio 09, 2012
Cultura afro brasileira na Itália - Cortejo do "Arrastão de Yemanjá" leva às ruas de Milão, na Itália, a bênção da rainha do mar
Cultura afro brasileira na Itália - Cortejo do "Arrastão de Yemanjá" leva às ruas de Milão, na Itália por iemanja.
A famosa festa de Yemanjá, que na Bahia é celebrada no 2 de fevereiro, será remontada no dia 13 de maio, às margens do Rio Darsena, situado n a área de um dos mais belos e conhecidos pontos turísticos de Milão: o Naviglio, sistema de canais que atravessa a cidade italiana.
Muitos podem se p
erguntar o motivo pelo qual o cortejo é realizado três meses após a data oficial, mas a razão é simples: em fevereiro os europeus estão em pleno inverno, e realizar o evento em meio à neve e em temperaturas muito baixas é uma tarefa complicada.
O Arrastão de Yemanjá nasceu em 1993, como iniciativa do ator e músico baiano Kal dos Santos, com o objetivo de homenagear a rainha do mar e divulgar a cultura brasileira, que vai muito além da imagem estereotipada das mulatas e futebol.
Estive na Italia no inicio do ano de 2011 e soube que o cortejo sai da estação de trens, Porta Genova, atravessa ruas da cidade e vai chamando a atenção dos passantes, que, aos poucos, são atraídos pelo batuque e pela beleza daqueles costumes curiosos. Embora a cidade abrigue muitos imigrantes brasileiros, a celebração tem a participação maciça de italianos.
Além deste cortejo, que acontece há quase 20 anos, o artista, fundador da "Associazione Culturale Artistica e Orchestra di Percusioni Mitoka Samba", promove a difusão da cultura afro-brasileira na capital Lombarda, através de projetos como laboratório de percussão e de criação de instrumentos musicais. O artista faz questão de ensinar os sons da nossa terra, como Xote, Maracatu, Baião e Xaxado, além da língua portuguesa, cantada em vários ritmos.
quinta-feira, maio 03, 2012
A presidente Dilma e a falta de graça do norte americano
É possível que nem todos os leitores já tenham percebido mas a pauta principal dos repórteres que cobrem uma viagem presidencial ao exterior consiste em procurar gafes de nossos chefes de Estado.
A ideia é que os assuntos sérios e graves são uma chatice que não interessa a ninguém – visão que nem sempre é verdadeira mas tem sua base na realidade – e que as gafes são assunto com leitura garantida.
É assim desde os tempos da ditadura militar. Naquele tempo as gafes eram até uma forma de publicar uma notícia negativa sobre um regime que governava com apoio da censura prévia.
Os arroubos de vaidade da primeira-dama Dulce Figueiredo eram um prato tão saboroso que, num esforço para evitar notícias constrangedoras, o SNI cassou o passaporte do cabeleireiro que costumava acompanhá-la em viagens, alimentando os jornalistas de fofocas e episódios divertidos, além de dar um aspecto fútil às visitas.
A pauta prosseguiu nos governos civis e é possível que nenhum presidente tenha sido tratado com tantas ironias como José Sarney, que, com certo pedantismo, costumava ser ironizado por causa de seu portunhol.
No início, o monoglota Lula sofreu com comparações negativas, que procuravam exaltar o poliglota FHC. Depois se viu que mesmo em português Lula conseguia um respeito que nenhum antecessor obteve antes dele.
E Dilma?
Dilma fez uma viagem aos EUA onde não ocorreu nenhuma gafe. Isso explica a pouca atenção que recebeu por parte da maioria de nossos jornais e revistas.
É um erro, já que a visita teve pelo menos um aspecto importante. A presidente tomou iniciativas importantíssimas na área de educação, dando sequência a seu projeto de enviar milhares de estudantes para cursos de pós-graduação nas melhores universidades do planeta.
Mas foi uma viagem morna, que reflete uma realidade que nossos observadores não querem ou não conseguem admitir.
“Todo mundo queria ver Dilma menos Barack Obama,” escreveu o jornalista Jason Farago, correspondente do Guardian na capital americana, num comentário que até hoje repercute na internet.
A tese de Farago é que a viagem serviu para mostrar um vazio da diplomacia americana, que não estava preparada para a emergência de um país que já não se comporta como uma nação subalterna quando tem assuntos a tratar com Washington.
Num esforço para avaliar a visita por um ângulo menos banal, Farago descreve o esforço de várias autoridades americanas para ouvir a presidente, conhecer suas ideias e ter notícias do Brasil.
São sinais de uma nova realidade mundial, escreve, lembrando já se tornou até ridículo falar em países emergentes, considerando que são nações que já emergiram – enquanto as velhas potências ameaçam submergir em sua própria crise.
Avaliando o comportamento de Obama, Farago lembra que há um descompasso entre a realidade do mundo de 2012 e a doutrina imperial americana, que pregava que a América era um quintal dos Estados Unidos, noção que, com poucas nuances, até hoje alimenta a diplomacia de Washington.
“Nós fazíamos o que queríamos e dizíamos aos outros para não se intrometerem. A ideia de que um país latino-americano poderia servir de modelo está além de nossa compreensão. Agora, pela primeira vez, uma segunda grande potência está crescendo no pedaço, mas entre nós, gringos, os velhos hábitos do grande porrete custam a morrer.”
A conclusão não poderia ser mais realista: a grande lição da viagem de Dilma foi mostrar incapacidade do governo americano estabelecer uma política externa de acordo com os tempos atuais.
O comentário de Farago tem um mérito adicional. A postura de muitos analistas diplomáticos brasileiros é tão subordinada aos Estados Unidos que eles não conseguem sequer admitir que Washington possa cometer erros em suas análises e desvios de conduta. Se a viagem foi morna, a culpa é do governo brasileiro. Se foi uma tragédia, mais ainda.
São visões que continuam celebrando os compromissos democráticos dos EUA embora eles tenham patrocinado o grande ciclo de ditaduras militares do continente dos anos 60 a 80. Gostam de elogiar a postura pelo livre comércio sem levar em conta que a economia americana se apóia num protecionismo amplo e vigoroso, dirigido em importações que podem concorrer com seus produtores internos. Nem o bloqueio a Cuba é condenado com a devida veemência. Não se perde uma única oportunidade para cobrar o velho alinhamento automático, sempre que surge algum arranhão no continente.
A partir de eufemismos como “investidores externos,” “imagem no exterior” e outros, as referência dessas análises é sempre uma pergunta: como os EUA vão reagir? Vamos sofrer retaliações?
Sempre que há um desentendimento entre as partes, ou mesmo um conflito, a opinião nunca se modifica. A razão está sempre do lado de lá da fronteira.
Como Obama, muitos observadores não conseguem enxergar uma mudança na realidade.
É por isso que passaram os primeiros meses do governo Dilma anunciando uma grande modificação em nossa política externa. Achavam que ela viria a partir de uma postura menos nacionalista da presidente.
A tese é que, livre do sapo barbudo e de seu ministro Celso Amorim, o Itamaraty iria reconstruir a velha e boa amizade preferencial americana, de acordo com a máxima deixada por um dos civis do regime militar: “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil.”
A viagem de Dilma mostrou que Obama não tem o que oferecer, não pensou nisso e não consegue entender que isso é necessário.
Na mentalidade do porrete, do outro lado da mesma só pode sentar-se um vira-lata.
Concorda?
Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Pobreza pela ótica do Movimento Negro
Reunidos no seminário “Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Pobreza pela ótica do Movimento Negro”, preparatório para a Conferência Rio + 20, realizado nos dias 28 e 29 de abril no Rio de Janeiro, nós do Movimento Negro brasileiro declaramos que envidaremos todos os esforços necessários em defesa do povo negro, dos povos indígenas e dos povos vítimas do racismo, discriminação racial, xenofobia e diversas formas de opressão e intolerâncias.
Uma síntese dos indicadores sociais produzidos por diversas agências de pesquisas como a Fundação Instituto Brasileiras de Geografia Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Organização das Nações Unidas (ONU) dentre outras, nos permite afirmar que nos últimos 10 anos, quase 22 milhões de pessoas saíram da situação de pobreza extrema, graças aos programas sociais do governo. Hoje, no Brasil, 20% das famílias vivem de programas de transferência de renda através dos recursos públicos como aposentadorias, “bolsa família” e assistência social.
No entanto, cabe considerar que a população brasileira extremamente pobre, ou seja, aquela que sobrevive com menos de um dólar por dia, é estimada em 16 milhões de habitantes, dos quais 9,6 milhões ou 59% estão concentrados no Nordeste. Do total de brasileiros residentes no campo, um em cada quatro se encontra em extrema pobreza (4,1 milhões de pessoas ou 25,5%). 51% têm até 19 anos de idade. 53% dos domicílios não estão ligados a rede geral de esgoto pluvial ou fossa séptica. 48% dos domicílios rurais em extrema pobreza não estão ligados a rede geral de distribuição de água e não tem poço ou nascente na propriedade. 71% são negros (pretos e pardos). 26% dos que tem 15 anos ou mais, ou seja, 4 milhões são analfabetos.
A realidade vivida pelas comunidades quilombolas no Brasil e pelas comunidades religiosas de matriz africanas e pela maioria negra, não parece ser muito diferente da época do Brasil escravocrata. É diante desse quadro, que o Movimento Negro brasileiro realizou o Seminário “Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Pobreza”, nos dias 28 e 29 de abril, com o objetivo de preparar a militância negra para participar da Cúpula dos Povos, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, que será realizada em junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro.
Entendemos que o agravamento das questões ambientais tem atingido significativamente as comunidades negras, submetendo-as a um quadro de injustiça ambiental alarmante.
Em quase todos os indicadores econômicos e sociais, observamos a ampliação do abismo social entre negros e brancos com relação a emprego, renda, escolaridade, acesso à justiça, poder. O drama social acomete com maior gravidade a população negra, que habita as favelas e periferias desestruturadas, torna-se presa fácil da criminalidade, assiste seus jovens serem mortos pela violência urbana e nega oportunidades de mobilidade social.
Cerca de 50 mil brasileiros são assassinados por ano. Contudo, essa violência se distribuiu de forma desigual: as vítimas são, sobretudo, jovens negros do sexo masculino, entre 15 e 24 anos. O Índice de Homicídio na Adolescência (IHA) evidencia que a probabilidade de ser vítima de homicídio é mais do dobro para os negros em comparação com os brancos.
Temos assistido um silencioso massacre dos quilombolas pelas empresas construtoras de hidrelétricas, grandes proprietários de terras, latifundiários que roubaram as terras dos povos indígenas e dos quilombolas e mineradoras que cada dia mais avança suas minas sobre os territórios quilombolas e envenenam as terras com pilhas de rejeitos e resíduos tóxicos. O terror do racismo no espaço rural se agrava ainda mais com quilombolas sendo ameaçados de morte, comunidades sendo manipuladas para assinarem documentação de venda ou cessão de terras com o beneplácito das polícias estaduais.
O capitalismo é o grande responsável pelas crises econômica, alimentar e ambiental. O modelo de produção e consumo capitalista é incompatível com a preservação ambiental, como o uso coletivo das riquezas naturais e com a justiça social.
Os verdadeiros responsáveis pela devastação das florestas, pela poluição dos rios, mares, pela degradação dos biomas e insustentabilidade urbana em todo planeta são os países imperialistas e colonialistas, por isso afirmamos que os nossos povos não são responsáveis por tamanha espoliação dos seres humanos e da natureza. Não apoiamos o principio da responsabilidade comum, pois cabe aos países ricos o principal ônus da preservação. São nos países pobres e em desenvolvimento que encontramos a maioria dos povos vítimas da degradação ambiental, vítimas do racismo ambiental.
O Movimento Negro brasileiro compreende os quilombos como verdadeiros territórios de resguardo da biodiversidade, como verdadeiras escolas de diversidade cultural. No diálogo do Movimento Negro com povos e comunidades tradicionais de matriz africana, fica cada vez mais fortalecida de a idéia de que nós não somos responsáveis pela crise ecológica, pela pré-agonia dos nossos ecossistemas como a Amazônia e o Cerrado ou que restou da nossa Mata Atlântica.
Muito pelo contrário, o nosso ponto de partida é a cosmovisão de mundo negro-africana que tanto para as comunidades quilombolas quanto para os povos e comunidades tradicionais de matriz africana, a terra é concebida como território de reprodução cultural vivo, e portanto sagrado, ao contrario da lógica dos tecnocratas eurocêntricos , que vê a natureza apenas como fator de produção e lucro, matéria prima morta e os seres humanos como mercadoria e objetos de descarte.
É com a perspectiva de perceber a biodiversidade como um direito é que o Movimento o Negro buscará ampliar o debate no campo da ecologia política e dos direitos étnico raciais, onde diversas temáticas como o desenvolvimento sustentável, racismo ambiental, justiça e ética ambiental se interpenetram.
No centro das nossas reflexões impõe-se a critica a denominada “economia verde”, cujo eixo principal tem sido a mercantilização da natureza por parte do Capital. A adoção de políticas como: sequestro de carbono, privatizações das águas, do subsolo, fazem parte das estratégias de venda de bem público, que são os elementos da natureza, como “serviços” que são passíveis de privatização.
Consideramos que a “economia verde” é uma falsa saída para a crise ambiental e ecológica, porque os países ricos para não abrirem mão de sua qualidade de vida e consumo propõe implicitamente um desenvolvimento sustentável aos pobres, que na prática transforma o principio ecológico da sustentabilidade em merchandising, e transforma os recursos da natureza e os direitos dos povos em mercadorias, e assim mantém a desigualdade na posse e uso das riquezas naturais.
O Movimento Negro não concorda com isso. Lembremo-nos da África do Sul nos tempos do Apartheid onde a água era dos brancos e não um bem público. Portanto, vamos intensificar o diálogo com a nossa população para a importância da Cúpula dos Povos na Rio + 20 e a articulação com os povos indígenas e os movimentos sociais, buscando a construção de pontes e pontos de convergência.
Exigimos que o Estado brasileiro utilize sua influência política na Conferência Rio + 20 em defesa dos povos e nações pobres e em desenvolvimento, que defenda sua população vítima da ganância da elite capitalista brasileira e dos conflitos ambientais, destacadamente, as comunidades quilombolas, as comunidades religiosas de matriz africana, as comunidades tradicionais e das periferias dos grandes centros urbanos.
Enquanto militantes e cidadãos, não podemos, e não vamos permitir que o racismo nos submeta a violência simbólica e física, e que inclusive destrua o nosso legado ancestral e espiritual africano. Esse legado é libertário, ecológico e sagrado. A nossa emancipação é a tomada da consciência negra, dos nossos direitos enquanto sujeitos de nossa história, cuidadores do planeta Terra.
Rio de Janeiro, 29 de abril de 2012.
MNU – Movimento Negro Unificado
CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras
CENARAB – Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira
AMNB - Articulação de Mulheres Negras Brasileiras
FÓRUN NACIONAL DE MULHERES NEGRAS
CEAP – Centro de Articulação de Populações marginalizadas – RJ
ENEGRECER – Coletivo Nacional de Juventude Negra
UNEGRO – União de Negros pela Igualdade.
CONAQ- Coordenação Nacional de Quilombos
CNAB - Congresso Nacional Afro-Brasileiro
CIRCULO PALMARINO
REDE AMAZÔNIA NEGRA
ANCEABRA – Associação Nacional de Empresários Afro Brasileiros
CONAMI- Conselho Nacional de Mulheres Indígenas
APNS - Agentes de Pastoral Negro
SOWETO – Organização Negra - SP
SECRETARIA NACIONAL DE COMBATE AO RACISMO DA CUT
INTECAB – Instituto da Tradição e Cultura Afro-Brasileira
MONER
OFARERE MOVIMENTO AFRORELIGIOSO
Omokorins do Ilê de Oxaguian - MG
IPAC - Incubadora Afro Brasileira – RJ
AFRO BRASIL
CEDINE – Conselho Estadual de Direitos do Negro - RJ
INSTITUTO DO NEGRO PADRE BATISTA
ASCEB
MAMATERRA
BAZAFRO
CRIAR
REDE ALIMENTAÇÃO ECOSOL – BAHIA
CONAM NACÃO BLACK
GAICUNE - RJ
TJ NEGRO
COJIRA – RIO
NEGRA SIM
FENAFAL
ASHOGUN
NUCLEO DE COMUNIDADES NEGRAS DE OSACO
CEN - COLETIVO DE ENTIDADES NEGRAS
IGERE – MG
DANDARA MULHERES DO CERRADO
SINTERGIA – RJ
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