quarta-feira, março 30, 2011

Morre José de alencar , um guerreiro na politica


Faleceu no hospital siro libanes o ex vice presidente José de Alencar Gomes. um grande cidadão que lutou por dezessee anos contra um cancer no abdome. foi um exemplo de luta contra a doença que sempre tem vitimado os brasileiros em geral. No ano que passou o cancer tambem levou o ex governado d e sao paulo , Orestes Quércia, que sentindo que estava doente abriu mao de sua indicação para o Senado de São Paulo para s etratar . So que nao teve sucesso pois dentro de menos de tres meses a doença vence Orestes quercia . Neste mesmo periodo morre, tambem de cancer, o senador mineiro Eliseu resende. Porem o povo brasileiro mesmo, sabendo da iminente morte do ex vice presidente, ficou chocado com o nao retorno do guerreiro apos aquele dia 29 de março. Mas, como disse o vice presidente da republica michel temer, o Brasil perde um lider, porem o ceu ganha um anjo.

domingo, março 27, 2011

Dólares, esperanças e controvérsias


Se há até pouco tempo a sigla REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação) era familiar apenas aos entendidos nos assuntos das negociações sobre clima, hoje, numa velocidade estonteante, ela passou a fazer parte do vocabulário de ONGs, organizações indígenas e grupos de base na Amazônia.Mas em pouco tempo, REDD também se transformou em uma palavra controversa. Enquanto alguns consideram REDD como a grande esperança na luta pela proteção florestal e climática, outros o veem como uma ameaça de mercantilização da natureza e dos habitats naturais. Um dos primeiros efeitos de REDD já é visível: ele divide (não só) movimentos sociais na América Latina. Por que REDD desperta esperanças tão divergentes entre si?

REDD – De uma ideia óbvia a objeto de controvérsias

Uma das causas do desmatamento é a emissão de dióxido de carbono (CO2) – segundo estimativas, ele é responsável por 15 a 20 por cento das emissões globais de CO2. Com o lançamento do Relatório Stern (2006), esta, no fundo antiga sabedoria, ganhou uma nova conjuntura. Desde então, a redução do desmatamento passou a ser vista como a solução milagrosa da política climática global: ela é barata, pode ser aplicada rapidamente e não provoca conflitos de interesses com as ambições de crescimento das potências industriais emergentes da Índia e da China. Durante a Conferência do Clima, realizada em Bali em 2007, a redução das emissões por desmatamento foi uma parte importante das negociações oficiais sobre o clima. Nascia, assim, a sigla REDD e tinha início a sua carreira ascendente. O documento Bali Road Map (que fixou as diretrizes para as negociações futuras) resumia já muitas coisas sob o conceito de REDD+: a redução do desmatamento, a preservação de florestas, a gestão florestal sustentável e o aumento dos estoques de carbono nas florestas.
Já no próprio Bali Road Map torna-se evidente que REDD será um campo de batalha: o que até hoje não está claro e gera controvérsias é o que REDD deverá e poderá contemplar. O documento de Bali inclui, por exemplo, a “gestão sustentável de florestas”, conceito normalmente utilizado para descrever a exploração extensiva de madeira. Os debates mundiais sobre REDD têm impacto especialmente na América Latina. A região amazônica, e neste caso particularmente no Brasil, se encontram as maiores áreas de floresta tropical do mundo. Por esta razão, o futuro de REDD depende decisivamente desta região.

Grandes expectativas

REDD despertou grandes expectativas, especialmente entre as organizações indígenas e não-governamentais (ONGs) no Brasil. Para os seus adeptos, REDD é uma oportunidade única para o estabelecimento de uma base econômica para a proteção florestal. Segundo Paulo Moutinho, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), o CO2 armazenado na floresta amazônica possui um valor estimado de US$ 500 bilhões. Desta maneira, seria mais lucrativo proteger as florestas do que transformá-las em áreas de cultivo para soja ou criação de gado. Em um artigo publicado na revista Science (vol. 326, dez. 2009), cientistas de diferentes países calcularam que a interrupção total do desmatamento na região amazônica brasileira custaria aproximadamente entre US$ 7 e 18 bilhões por ano. Daniel Nepstad, um dos autores do estudo, considera possível mobilizar esta quantia através de REDD e mais ainda: “O objetivo do nosso estudo não era avaliar o quanto o mercado poderia pagar. Ele poderia pagar muito mais (que os 7 a18 bilhões)”.
Quando valores como os mencionados estão em jogo, não é possível comparar REDD com os programas atuais da cooperação internacional. Quantias na casa dos bilhões, pagas anualmente para a proteção florestal, mudariam de fato radicalmente as realidades econômicas e sociais da Amazônia.
É também perfeitamente compreensível que tais números gerem enormes expectativas entre os movimentos sociais na Amazônia. A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e ONGs brasileiras uniram-se em uma mobilização pró-REDD. O Fórum da Amazônia Sustentável (sob a coordenação do Imazon – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) passou a ser um importante ator que engloba também, além das organizações da sociedade civil, empresas importantes e atuantes na Amazônia como a Vale ou a Alcoa. Estes atores manifestaram-se explicitamente a favor de REDD com mecanismos de mercado – desencadeando, com isso, uma discussão acirrada.
Entretanto vão se amontoando as declarações contra REDD com mecanismos de mercado.
Em 2009, no Brasil, foi publicada uma carta aberta, a chamada Carta de Belém, assinada por ONGs entre elas a FASE e Amigos da Terra Brasil, o Fórum da Amazônia Oriental (FAOR) e organizações camponesas (Via Campesina). Nesta declaração, os signatários posicionam-se claramente contra a comercialização e a utilização das florestas como commodities. Em outros países da América do Sul, assim como no Brasil, vem se intensificando a rejeição perante os mecanismos de mercado.
Da mesma maneira, o Fórum Social das Américas, a Cúpula Mundial dos Povos Sobre a Mudança Climática de Cochabamba e o governo da Bolívia redigiram declarações contra REDD com mecanismos de mercado. Também neste caso, o lobby foi eficaz. No início, o governo da Bolívia estava bastante aberto a todos os tipos de financiamento de REDD. Organizações indígenas da América do Sul assinaram inúmeras declarações tanto em favor quanto contra REDD. No entanto, as frentes, daqueles que defendem e dos que se opõem, estão cada vez mais inflexíveis.

Por que depositar esperanças no mercado?

Um apoio maior a REDD com mecanismos de mercado está evidentemente ligado às expectativas de vantagens financeiras que tenham sido despertadas. Segundo a crença dos defensores, apenas o mercado é capaz de gerar recursos financeiros suficientes para garantir os necessários bilhões para uma conservação florestal eficaz.
Virgilio Viana, ex-secretário de Estado do Meio Ambiente do Amazonas e lobbyista ativo de REDD, parte do mesmo princípio de que um mercado de CO2 internacional é capaz de mobilizar “sete bilhões de
dólares por ano até 2012”.
No entanto, a disponibilização de uma quantia tão alta depende da criação de um comércio de emissões no qual as emissões do Norte possam ser trocadas por certificados florestais. Os já existentes “mercados” voluntários de CO2 conseguem gerar apenas quantias consideravelmente inferiores. Um mercado de emissões internacional com certificados florestais não depende necessariamente de um acordo global sobre o clima, mas poderia também ser criado por uma lei climática dos Estados Unidos. Somente as propostas de uma lei climática atualmente negociada (Wexham/Markey) teriam, segundo Viana, o potencial de disponibilizar por ano US$ 10-20 bilhões para a proteção florestal.
A perspectiva de receber quantias desta ordem marcou a discussão no Brasil. Uma grande frente que vai desde governadores dos estados amazônicos, passando por ONGs até grupos indígenas empenhou-se, anteriormente à conferência de Copenhague, para que o governo brasileiro, contrariamente a sua posição até então, se comprometesse em favor de um regime de REDD com mecanismos de mercado.

Ceticismo perante o mercado

Do outro lado encontram-se os críticos. Os mecanismos de mercado só conseguirão de fato aportar quantias significativas se estiverem vinculados a uma compensação (offset). Ou seja: os poluidores do Norte alcançariam suas metas de redução através da compra de certificados de CO2 provenientes do desmatamento reduzido – apenas para continuar poluindo no Norte da mesma maneira como sempre fizeram. Contudo, um mecanismo de comércio de certificados de CO2 com esta estrutura ainda não existe no momento, o comércio europeu de emissões atualmente não permite o uso de certificados florestais.
A força explosiva de REDD no que diz respeito à política climática é evidente: a redução de CO2 omitida no norte é compensada com a preservação de florestas. Desta maneira, a reestruturação necessária da economia do Norte não avança. REDD torna-se um mecanismo para se ganhar tempo. No entanto, tendo em vista a situação atual das negociações sobre o clima, este poderia ser o único resultado, em curto prazo, realista das próximas rodadas.
Para os críticos de REDD com mecanismos de mercado, isto não significa apenas permitir a compra de indulgências, mas também dar um passo para a comercialização da natureza. „Desta maneira, terá se dado início a uma nova etapa de privatização da natureza, que, de forma inédita, se apropriará das águas, da biodiversidade e de tudo aquilo que possa se denominar serviços ambientais”, disse o presidente boliviano Evo Morales em uma declaração.
De uma maneira ou de outra, REDD como instrumento de mercado, tenderia a transformar atores sociais na Amazônia em prestadores de serviços. Tanto faz qual é a opinão que se tem sobre REDD com mecanismos de mercado – as consequências de uma tal transformação neste exato momento não têm como ser ignoradas: novas desigualdades mudarão radicalmente a estrutura social. Nem todos os grupos sociais possuem florestas (=CO2), por exemplo, como é o caso dos pescadores tradicionais. Também não é possível reduzir os ecossistemas da Amazônia a florestas. E apesar de todo o discurso de que os dois lados sairão ganhando, que aponta o mecanismo de REDD como uma vitória para a biodiversidade – no mercado de emissões o que conta é só o CO2 mensurável.
Os povos indígenas e os utilizadores tradicionais das florestas terão, no entanto, que se impor como prestadores de um serviço comercial perante outros prestadores de serviços, e isto não será possível sem a ajuda de um consultor. Já agora está surgindo uma nova geração de experts na Amazônia. Eles não entendem nada de ecologia ou de questões sociais, mas sabem bem como calcular o CO2, lidar com GPS e desenvolver projetos de REDD. Novos vocábulos penetram o vocabulário, tal como Carbon Hunters (caçadores de carbono) que realizam contratos não-regulados de CO2 com representantes de povos indígenas para um mercado voluntário.

REDD – Dúvidas e perguntas sem respostas

No entanto, para além da discussão sobre os princípios de REDD com mecanismos de mercado, há uma série de perguntas mais concretas sem respostas. Muitas ONGs internacionais, que em princípio não recusam a utilização de instrumentos de mercado, veem problemas e riscos no processo das negociações. Um dos pomos da discórdia continua sendo a definição de floresta, extremamente abrangente e imprecisa. Até hoje nas negociações do clima é utilizada a chamada Definição de Marraqueche que define floresta da seguinte maneira: “Forest is a minimum area of land of 0.5 ha with tree crown cover of more than 10-30 % with trees with a potential to reach a minimum height of 2-5 at maturity in situ” (floresta é uma área mínima de terreno de 0,5 hectare com cobertura de copa de árvore de mais de 10 a 30 por cento, com árvores com potencial de altura mínima de 2 – 5 metros na maturidade, in situ). Esta definição inclui claramente plantações e fomenta temores de que REDD possa ser utilizado de forma abusiva para transformar florestas (degradadas) em plantações ou pelo menos para o fomento de plantações de árvores. Isto é válido em especial para dendezeiros. Este temor une os defensores de REDD, que se preocupam com a “maneira”, aos críticos de seus princípios.
No Brasil, o governo criou o Fundo Amazônia, o primeiro projeto de REDD apoiado e financiado, principalmente pelo governo norueguês. No seu arsenal de regras, ele não estabelece claramente os limites entre florestas naturais e plantações e possibilita as seguintes linhas de financiamento:
• a promoção de sistemas florestais
• o desenvolvimento e estabelecimento de modelos de restauração de zonas protegidas com foco na utilização econômica
Neste caso, muito dependerá das características dos projetos de REDD num futuro próximo. A pressão de também integrar, sob determinadas condições, o reflorestamento em um mecanismo de REDD é grande e reforçada por grupos de pressão influentes.

Um prêmio para os desflorestadores?

Um segundo problema básico não resolvido em relação a REDD é a questão de como conciliar a redução do desmatamento com a preservação das florestas. Se REDD, como concebido originalmente, se concentrar especialmente na redução do desmatamento, os atuais destruidores das florestas seriam os maiores beneficiados enquanto, por exemplo, os povos indígenas que conservaram as suas florestas, sairiam de mãos completamente vazias. Entretanto, ficou claro também para os defensores de REDD que um mecanismo estruturado de tal maneira provocaria os mais graves problemas de legitimação. No Brasil, a ONG IPAM desenvolveu uma proposta na qual tanto a redução do desmatamento quanto a conservação de florestas poderiam receber certificados florestais. Contudo, não há garantia de que tais propostas coincidirão com os resultados das negociações.
Praticamente todos os atores da sociedade civil envolvidos no processo REDD, mas também o Banco Mundial, as Nações Unidas e muitos governos, ressaltam que ele deve respeitar e, se possível, fortalecer os direitos dos povos indígenas e usuários tradicionais das florestas. No entanto, o atual processo de REDD deixa dúvidas se este tipo de comprometimento não ficará apenas no discurso.
O “consentimento livre, prévio e informado” (FPIC - free, prior und informed consent) – deve servir como base para a inclusão dos indígenas. No entanto, REDD não tem origem no conjunto de exigências dos povos indígenas. Na Amazônia pode-se observar no momento uma competição a favor ou contra REDD, na qual os indígenas são muito mais objetos do que sujeitos. As apresentações de power point, também com as imensas quantias aqui citadas, são onipresentes em seminários e cursos. Em pouco tempo, um número surpreendente de atividades financiadas a favor de REDD foram se espalhando pela região amazônica. Todas essas atividades tinham e têm como objetivo obter a aprovação de REDD – por esta razão, “Readiness for REDD” (Preparação para REDD) é o nome dado a atual fase. Estes conjuntos de ações não são processos com um resultado pré-definido, eles são muito mais eventos publicitários que visam atrair as “partes interessadas”, são eventos que carecem do elemento de diálogo que também deveria permitir discussões sobre os princípios de REDD.
As divergências que observamos hoje são o resultado de um processo que desde o início visava o apoio em lugar de um diálogo abrangente.
A crítica dos povos indígenas da Guiana dirigida ao contrato de REDD celebrado entre o seu governo e a Noruega, que prevê o pagamento de 250 milhões de dólares para atividades de REDD através do Banco Mundial, é sintomática: “Exigimos que quaisquer procedimentos oficiais que visem a opção a favor (e contra) das estratégias de desenvolvimento de baixo carbono ou REDD+ (...) tenham como base os princípios estabelecidos no FPIC, entre eles, o nosso direito de desenvolver e adotar o nosso próprio FPIC e diretrizes de negociações de boa fé.”
A crítica feita ao acordo de REDD com a Guiana demonstra que o atual processo de REDD na Amazônia visa muito mais uma aprovação rápida do que um processo de FPIC paciente e longo.
Sem a garantia do cumprimento dos direitos dos povos indígenas e utilizadores tradicionais, REDD torna-se uma empreitada cheia de riscos. No Brasil, por um lado, os direitos dos povos indígenas na Amazônia estão assegurados amplamente, contudo, em grandes partes da região amazônica os títulos de propriedade são incertos ou discutíveis. De que maneira REDD funcionará sob estas condições? Os primeiros pareceres sobre o mecanismo salientam, por isso, a necessidade de esclarecer a questão da propriedade da terra na Amazônia. Contudo, isto seria um processo longo. O ritmo em que se vem trabalhando na “Preparação para REDD” não corresponde aos processos e às decisões complexas que um regime de clima e floresta implica.

Como prosseguir?

A parceria criada em 2010 deverá acolher os diferentes programas em um só lugar, especialmente o Fundo de Parceria de Carbono da Floresta (FCPF na sua sigla em inglês) do Banco Mundial e o Programa de REDD das Nações Unidas. Mas também até hoje este processo não conseguiu engrenar e os recursos prometidos para o programa “Preparação para REDD” fluem muito timidamente. Se Cancún conseguirá uma ruptura? No momento isto é mais do que questionável. Neste meio tempo, quase todos os participantes partem do princípio de que o processo será abrangente e longo até se chegar a um programa global de REDD, o que tendencialmente vai contra a expectativa de que ele se torne um instrumento de política climática de rápida implementação. Da mesma maneira, levou-se a cabo rapidamente um processo pouco nítido de projetos-piloto, seminários e consultas, criando um mundo REDD à parte na Amazônia. Neste meio tempo, se impôs amplamente a convicção de que REDD deveria ser implementado em três fases: a “Preparação para REDD) que deverá levar a uma segunda fase de programas de REDD, desenvolvidos a nível nacional e financiados através de fundos. Apenas na terceira fase deverá ser incluído um mercado de emissões com compensações (offsets). Portanto, o rápido lucro de bilhões de dólares que muitos esperavam de REDD representa um caminho árduo a percorrer. Por ora, é evidentemente mais fácil mobilizar doadores tradicionais como o Banco Mundial, as Nações Unidas e alguns governos (como o norueguês) do que o “mercado”. As lições tiradas na Europa mostraram que o estabelecimento de um mercado de emissões é um processo complexo e longo – principalmente quando se deseja movimentar muito dinheiro através de offsets, uma vez que o pagamento de compensações será feito apenas por aqueles que tenham grandes metas de redução (caps) a cumprir. O contexto político para tais metas de redução - estejam elas também diluídas pelos offsets- são, contudo, muito mais difíceis.

Requisitos mínimos para se chegar a um REDD com consenso geral

A ideia básica de consagrar uma compensação financeira para a preservação florestal em um mecanismos financeiro é certamente interessante e atraente para os países e povos da Amazônia. Mas para que REDD desta maneira não provoque uma fragmentação de grupos sociais e cause novas desigualdades econômicas, os seguintes requisitos básicos devem ser cumpridos:
• REDD deve ser concebido como política pública a nível nacional.
• É fundamental limitar o processo de REDD à redução do desmatamento e à conservação florestal.
• REDD não deve deixar brechas para o fomento de plantações florestais.
• Os direitos dos povos indígenas e dos usuários tradicionais devem estar garantidos em todos os níveis (nacional até local). O processo de diálogo para um FPIC deve ser transparente e os resultados não pré-definidos.
Se um REDD orientado para o mercado e baseado nos offsets é questionável do ponto de vista político-climático, causa a divisão dos povos indígenas da Amazônia e desencadeia grande resistência, é então chegado o momento de os atores mais importantes no âmbito de REDD (Banco Mundial, Nações Unidas, governos do Norte, grandes ONGs) entenderem isso como um fator objetivo e o considerarem com seriedade. Uma coisa, no entanto, é certa: REDD continuará sendo nos próximos anos um campo de controvérsias. A perspectiva compartilhada por muitos atores de que os povos indígenas ganhariam quantias bilionárias através dos mecanismos de mercado é neste momento nada mais que um desejo. Até que se estabeleça um mercado de emissões obrigatório com offsets para REDD, há ainda um longo, complexo e hoje totalmente inseguro caminho a percorrer. Seria fatal se a fixação em um mercado inexistente influenciasse hoje o projeto de REDD.

Usuários de celular 3G lotam filas dos Procons

Quando será que a Anatel vai fazer o mesmo que fez com a Tefefonica? Obrigar as operadoras de celulares a parar de vender planos falsos de banda larga 3G.

O Pedro Diaz, me mandou o link da matéria abaixo em que ele virou notícia. Após contratar um plano de velocidade de 1MB e só receber 128kbps de velocidade entrou com uma ação no PROCON e conseguiu sair da armadilha da multa por rompimento de contrato.
Lentidão põe banda larga no topo das queixas
Uma das situações que mais irritam os internautas é a navegação lenta. Se o acesso à Internet é via banda larga, então, o problema se torna ainda maior. É por isso que usuários de celulares de terceira geração (3G) estão lotando as listas de reclamações de Procons e outras entidades de defesa do consumidor, além dos registros feitos na própria Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Em outubro deste ano, o órgão regulador recebeu 22.056 queixas contra cobranças indevidas na conta do telefone móvel. Uma alta de 56% na comparação com janeiro, quando o número ficou em 14.147. O acréscimo deixou esse item ainda mais isolado no topo do ranking de problemas do setor. E foi provocado por clientes insatisfeitos com a baixa velocidade de sua banda larga 3G que se recusam a pagar pelo serviço.
A alegação dos usuários, segundo a Anatel, é de que o serviço não foi prestado como deveria. Ou seja, eles teriam contratado para o acesso, via celular ou minimodem, uma velocidade maior que aquela ofertada efetivamente pela operadora. Portanto, contestam a cobrança, a fim de cancelar o pacote ou pagar apenas pela velocidade que usaram. Decepcionado com o serviço, o webdesigner Pedro Dias Duarte é uma das pessoas que engrossam as reclamações na Anatel. “Escolhi acessar a Internet pelo celular pela mobilidade. Realmente, o 3G funcionava em qualquer lugar, mas a velocidade era péssima”, lamenta.
Pedro conta que contratou um plano mensal de 1 Mbps (megabit por segundo) de velocidade. Segundo ele, rápido o suficiente para sua necessidade pessoal e profissional, como baixar imagens pesadas, programas, enviar fotos etc. O transtorno começava após alguns dias de utilização do serviço. A conexão caía de 1 mega para apenas 128 Kbps (quilobits por segundo). “É muito lento, principalmente para mim, pois faço download de material mais pesado. Então, descobri que a operadora só oferecia a velocidade de 1 mega para um volume de dados de até 1 Giga. Como eu chegava rapidamente a esse limite, ficava com a velocidade lenta quase o mês todo”, protesta.
Ele garante que a operadora não informava, no contrato, que havia tal franquia para o tráfego de dados. “Tentei diversos acordos para não pagar por uma velocidade que não recebi. Fui aos Procons, ao Juizado Especial. Chegaram a me oferecer passar meu plano de R$ 119 para R$ 336 e pagar mais R$ 20,15 por Giga excedido ao mês. A conta ficaria absurda. Por fim, consegui cancelar o pacote, sem multa de rescisão e retomei a banda larga fixa mesmo”, comenta. Assim como Pedro, milhares de usuários enfrentam as mesmas dificuldades. O Procon de Belo Horizonte registrou, de julho a novembro, cerca de mil reclamações contra o setor de telefonia. Mais de 10% foram relativas à banda larga 3G. Comunidades no Orkut também reúnem clientes insatisfeitos.
O site Reclame Aqui, que registra problemas de consumidores de todo o país, somou 13.732 reclamações relativas à banda larga 3G apenas nos primeiros quatro meses do ano. Um salto de 85% sobre o volume acumulado no segundo semestre de 2008. Os números atualizados não foram fornecidos. Porém, em uma rápida passagem pelo portal, é fácil encontrar centenas de reclamações sobre o assunto. Como esta, postada no último dia 7: “recebi a informação de que o meu endereço possuía cobertura 3G para a velocidade que foi contratada, que é de um mega. Mas o máximo que consigo navegar é entre 100 Kbps e 150 Kbps. Além disso, a vendedora me informou que, depois de certa quantidade de dados baixadas, a minha velocidade ficaria, no máximo, a 500 Kbps. Desde que contratei esse serviço, minha velocidade nunca ficou acima de 150Kbps”.
Procura superou infraestrutura
A banda larga móvel chegou ao mercado brasileiro há dois anos, com o início da oferta do serviço em Minas Gerais pela então Telemig Celular (hoje Vivo). As promessas principais eram a mobilidade para o acesso à Internet e a alta velocidade. A demanda, no entanto, surpreendeu as companhias telefônicas, pois superou todas as projeções. A consequência é simples: elas não conseguem cumprir a segunda parte do compromisso com o cliente. “As redes 3G ainda são novas, estão em fase de implantação. Por isso, não conseguem acompanhar a alta procura dos consumidores brasileiros e a utilização intensa do serviço. O resultado é o congestionamento e a lentidão na conexão. E o usuário que paga pela velocidade maior obviamente fica insatisfeito”, analisa o presidente da Teleco, empresa de consultoria em telecomunicações, Eduardo Tude.
Ele diz que a expectativa é que o serviço da banda larga 3G fique estabilizado com a conclusão das redes, prevista para 2010. “As operadoras devem conseguir oferecer um serviço melhor e com uma velocidade até maior, que é o que já existe nos Estados Unidos e nos países da Europa. Lá, o padrão está em 7 Mbps, chegando, em alguns lugares, a até 21. No Brasil, ainda estamos na faixa de 500 Kbps até 1 Mbps”, avalia.
A Anatel também tem essa avaliação. Segundo a assessoria de imprensa da Agência, o planejamento para o lançamento da banda larga móvel foi feito com base nos parâmetros internacionais de tráfego de dados. Porém, os números brasileiros teriam sido bem superiores. Somente entre março e outubro deste ano, o total de acessos 3G no Brasil mais que dobrou, saindo de 3 milhões para 6,1 milhões, conforme estimativa da Teleco.
O momento agora, então, seria de pisar no freio e repensar as redes. O que significaria, na análise da Anatel, investimentos de cerca de R$ 1 bilhão em infraestrutura para cada empresa conseguir melhorar seu atendimento. Atualmente, conforme pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), as companhias raramente conseguem cumprir a velocidade prometida no contrato do cliente. Em alguns casos, o serviço sequer pode ser considerado banda larga. “Há situações em que a velocidade oferecida não chega a 100 Kbps, o mínimo garantido pelos contratos de 1 Mbps. Isso é Internet discada”, aponta a advogada da entidade Estela Guerrini.
Ela informa que a União Internacional de Telecomunicações (UIT ) define como banda larga conexões (fixas ou móveis) acima de 256 Kbps. No Brasil, não há padrão estabelecido, mas institutos que monitoram o mercado adotam a velocidade a partir dos 128 Kbps. Como exemplo, a advogada cita uma operadora que garante, em contrato, apenas 10% da velocidade nominal do serviço. No plano mais básico, de 250 Kbps, isso significa a oferta de 25 Kbps. “A empresa diz que o cliente não vai ter essa velocidade o tempo todo, porém pode ocorrer em momentos de pico ou outras ocasiões”, comenta. “Isso não é esclarecido na hora da venda do produto e é incoerente com a publicidade que é feita”, completa.
Faltam informações transparentes
A coordenadora interina do Procon-BH, Maria Laura Santos, faz a mesma avaliação. “Além da questão das redes não conseguirem atender a demanda adequadamente, há falta de transparência. A propaganda das operadoras é errônea, pois promete alta velocidade ao cliente, mas não esclarece a ele que podem ocorrer variações. Não divulgam a real capacidade que têm de cumprir o prometido. Em nenhum momento, informam que haverá restrições de cobertura, velocidade ou limites de tráfego de dados”, argumenta.
Estela Guerrini acrescenta que ainda foram constatados abusos nos contratos de todas as operadoras. “Neles já existem cláusulas para eximir as companhias de oferecer a velocidade contratada pelo usuário. Como o fato de garantirem apenas 10% do que está sendo pago pelo cliente”, ressalta.
Operadoras culpam fator externo
As operadoras, por sua vez, afirmam que a velocidade da banda larga móvel varia conforme fatores externos, como área de cobertura, condições topográficas ou climáticas, tipo de modem ou celular e até aplicações utilizadas pelos usuários. Em nota, a Vivo garante pautar suas operações na transparência com os clientes. E que a tarifação dos pacotes de Internet é feita pelo volume de dados contratados por mês e não por velocidade oferecida, “conforme informado aos usuários”.
A Oi observa que o 3G é uma tecnologia desenvolvida para oferecer mobilidade ao usuário. “Porém, a velocidade (taxa de transmissão) dos serviços pode sofrer oscilações e variações em qualquer localidade do mundo, devido a fatores externos”, diz, em nota. Também observa que o cliente pode cancelar o serviço sem pagar multa. A Claro garante que trabalha “na ampliação de sua rede para adequar a alta demanda do serviço à capacidade instalada”. E afirma que, na ocorrência de “fatores externos que influenciem na velocidade de tráfego dos planos de banda larga”, a operadora assegura mínimo de 10% da velocidade nominal contratada.
A Tim afirma que não limita o tráfego de dados do cliente. Na contratação do serviço, ele seria informado da velocidade máxima de conexão de cada pacote. “Pode haver variação. Por se tratar de uma tecnologia móvel, suscetível a diversos fatores, não é possível garantir velocidade mínima do serviço. O conceito ilimitado aplica-se exclusivamente ao volume de dados trafegados e não à velocidade contratada. Nossos materiais publicitários e de vendas, bem como os contratos, informam ao cliente os itens expostos acima”, reforça o texto.

quinta-feira, março 24, 2011

Mulheres que fazem história


Neste mes de março de 2011, vamos mais uma vez parabenizar as mulheres, sem contudo esquecer o dia 8 de março de 1857, nos Estados Unidos, em Nova Iorque, quando operárias – a maioria imigrantes italianas e judias – que trabalhavam em uma fábrica de tecidos começaram uma greve. Todas foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Cerca de 130 morreram carbonizadas naquele dia.



E por que foram mortas aquelas mulheres? Porque lutavam por direitos trabalhistas: melhores condições de trabalho, redução da jornada de 14 para 10 horas diárias, equiparação de salários com os homens (elas recebiam 1/3 do salário deles fazendo o mesmo tipo de trabalho) e direito a licença-maternidade.

O massacre comove ainda hoje todas as pessoas capazes de se indignar diante de qualquer injustiça. Todos buscamos o dia em que homens e mulheres serão livres e capazes de viver a sua humanidade plenamente Entretanto, a despeito daquele massacre, somente em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, estabeleceu-se o dia 8 de março como o “Dia Internacional da Mulher”, uma homenagem àquelas 130 mulheres imoladas no altar do ídolo capital no Império que ainda ruge nos dias atuais, mas que está balançando e poderá cair a qualquer momento. Em 1975 a data foi oficializada pela ONU - Organização das Nações Unidas.

Como estudioso da Bíblia, quero neste dia prestar a minha homenagem a todas as mulheres, recordando algumas das muitas mulheres da Bíblia que nos inspiram para a construção de um mundo melhor da perspectiva feminista:

Eva, a mulher injustiçada do início da Bíblia que se rebelou contra a ideia de ficar sempre infantil e dependente, quis crescer e ganhar autonomia. Foi em busca da árvore do conhecimento: discernir entre o bem e o mal, algo ético e bom.
Mirian, mulher destemida que animou Moisés a enfrentar o faraó, quem por primeiro canta a libertação do imperialismo egípcio. Com “pandeiro” na mão animou os pobres que fugiam da casa da servidão: “cavalos e cavaleiros afogaram-se no mar...”
Jael[2], mulher do povo quenita, que mesmo não sendo considerada integrante do “Povo de Deus”, entrou para a história como Bendita, porque matou com uma estaca o general Sísara que tentava invadir e destruir a soberania do povo. Jael se fez solidária à grande Débora, juíza do povo que debaixo de uma palmeira administrava com justiça a convivência social.[3]
Maria, mãe de Jesus de Nazaré, a que, assim como Jael, entrou para a história como Bendita (Cf. Lc 1,42). Mulher simples, do meio do povo, meditava tudo em seu coração e cultivava a utopia de uma grande revolução: derrubar do trono os poderosos e exaltar os humildes, construir uma sociedade sem oprimidos e sem opressores.
Hulda, única mulher citada na Bíblia como profetisa, cujas palavras foram registradas por escrito, em um livro que não levou seu nome. (Cf. 2 Rs 22,15-20). Hulda vivia em Jerusalém, na periferia, a partir de onde ajudava o povo a discernir qual era o caminho da vida.
Judite - viúva, bela, sábia, de fé libertadora e decidida - também entrou para a história como Bendita, porque liderou a resistência do povo frente ao ataque de um exército invasor. Chegou a cortar a cabeça do general Holofernes. (Cf. o livro Judite 14).
Maria Madalena, a que teve a ousadia de amar Jesus destemidamente. Enfrentou a discriminação de apóstolos de Jesus, entrando para a história como a primeira pessoa que testemunhou a ressurreição de Jesus. Madalena recebeu de Jesus a principal ordenação: “Vá e diga a todos que estou vivo, ressuscitado.” Grande apóstola e missionária que, inclusive, nos legou um evangelho que mesmo não sendo admitido como livro inspirado, tem muito a nos ensinar.
Como educador social, quero inspirar pessoas referindo aos exemplos de muitas Mulheres lutadoras da atualidade que trazem no sangue o testemunho das 130 mulheres queimadas vivas nos Estados Unidos e se inspiram em muitas outras da Bíblia e da história revolucionária da humanidade. Rosa de Luxemburgo, Margarida Alves, Roseli Nunes, Olga Benário, Teresa D’Ávila, Teresinha de Lisieux ... Enfim, “uma multidão de 144 mil”.

Para não delongar, apresento, abaixo, o testemunho de uma.

Ideslaine dos Santos Pereira, da Comunidade Dandara - 887 famílias que ocuparam um terreno de 360 mil metros quadrados, dia 09/04/2009 -, em Belo Horizonte, MG, em entrevista ao Programa Palavra Ética, da TV Comunitária de BH, disse, entre tantas coisas, o seguinte:

“Eu vivia no meu mundinho, só pensando em meu umbigo, mas cansada de sofrer, sem ter mais como pagar o aluguel, ao ouvir pela TV que 140 famílias sem-casa tinham ocupado um terreno que estava abandonado no Céu Azul, não pensei duas vezes. Juntei uma trouxa e, junto com minha mãe, parti com a minha filhinha de 1 ano e meio para a ocupação. Meu único objetivo era conseguir um pedacinho de terra para construir uma casinha e assim sair da cruz do aluguel. Eu era medrosa, vivia pelos cantos até o momento em que acompanhava uma Assembleia Geral da Ocupação Dandara. Eu, escondida atrás de um barraco para não molhar na chuva, ouvi uma voz forte que bradava: “Vocês têm direito a esta terra que é uma propriedade que não cumpre sua função social. Terra abandonada, ociosa. Os pobres só conquistam seus direitos na hora que se unem, se organizam e, com fé no Deus da vida, lutam pelos seus direitos. Contem conosco nesta luta que é mais do que justa e sublime...” Saí detrás do barraco para ver quem estava falando. E eis que vi discursando, sob a chuva, uma pequena mulher, não mais do que 1,5 metro de altura. Falava com tanta determinação que me deixou impressionada. Depois fiquei sabendo que era Irmã Maria do Rosário, minha inspiradora a partir daquele momento. Senti naquela hora uma grande vergonha. Falei para mim mesma: “Ela tão pequena e com tanta coragem! E eu, grandona, e com medo de tudo?!” Naquela hora tomei a decisão de entrar na luta. Entrei e de lá pra cá não tenho mais medo, encaro a polícia, pois sei que os policiais têm direitos, mas eles têm de respeitar os nossos direitos também. Sei que sou uma cidadã, pois devo lutar pela construção de uma cidade que caiba todos. Hoje, meu mundo não é mais aquele mundinho. Tenho grandes coisas para conquistar e nada me deterá na luta por um mundo justo, solidário e fraterno. Sou feliz é na luta, cuidando das minhas duas crianças, vivendo no meu barraco com meu marido. Hoje ajudo na coordenação de Dandara e sou educadora na comunidade. Tenho só oitava série, mas estou retomando meus estudos e na Universidade me tornarei uma advogada do povo para lutar contra as injustiças que pisam em tantos inocentes. Dandara, a companheira de Zumbi dos Palmares, vive em mim e em tantas companheiras. Sou dandarense com muito orgulho.”

Ao lançar campanha contra câncer, Dilma Rousseff diz que todas as brasileiras devem ter mesma condição que ela para vencer a doença

Em 2009, Dilma Rousseff se submeteu a um tratamento de câncer no sistema linfático no Hospital Sírio-Libanês, referência em São Paulo. Agora, no comando do país, ela quer que todas as brasileiras tenham acesso às mesmas oportunidades que ela teve. "Sou beneficiária de uma prevenção. Eu tive um câncer, o câncer foi detectado no princípio e eu tive um processo de cura."

Em Manaus (AM), ao lado de atrizes e atletas, a presidenta Dilma Rousseff lançou um programa de prevenção e tratamento de câncer de colo de útero e de mama que prevê investimentos de R$ 4,5 bilhões, até 2014, nas áreas de controle, ampliação e fortalecimento da rede oncológica e informação à população. A presidenta garantiu a criação de mais 59 centros de confirmações diagnósticas.


Críticas à gestão de Saúde

Dilma afirmou que, dos quatro mil mamógrafos do país, grande parte está quebrada ou subutilizada e que os aparelhos foram mal distribuídos pelo país. Já o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que os equipamentos das redes públicas de saúde têm baixa produtividade.

"Dos quatro mil mamógrafos, dois mil estão na rede pública. Temos que entender por que esses mamógrafos não estão dando conta do serviço. Mas acho que são três os problemas. Primeiro, porque podem estar concentrados mais numa região do que na outra, e aqui no Amazonas pode ser um caso. No segundo, estão quebrados. E, no terceiro caso, estão senso subutilizados", apontou a presidenta.

Força-tarefa

O governo decidiu criar uma força-tarefa envolvendo Ministério da Saúde, estados e municípios para coordenar e supervisionar o trabalho de vistoria dos mamógrafos em todo o país.

Em coletiva à imprensa, Padilha chegou a garantir que os equipamentos estarão disponíveis também para comunidades ribeirinhas, que enfrentam dificuldade de acesso ao sistema público de saúde. "Teremos mamógrafos até em barcos", assegurou.

A Região Norte do país apresenta maior volume de incidência de câncer de colo de útero, sendo o Pará o primeiro do ranking, seguido pelo Amazonas. "O risco de morte por câncer do colo do útero na Região Norte é duas vezes e meia maior que no restante do país", alertou Padilha.

Dilma Rousseff convoca III Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM)

A presidente da República, Sra. Dilma Rousseff convocou, por meio de Decreto, a III Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que se realizará entre os dias 12 e 14 de dezembro deste ano, em Brasília. O objetivo da Conferência é "discutir e elaborar propostas de políticas que contemplem a construção da igualdade de gênero, na perspectiva do fortalecimento da autonomia econômica, social, cultural e política das mulheres, e contribuam para a erradicação da pobreza extrema e para o exercício pleno da cidadania pelas mulheres brasileiras."

Segundo o decreto, a III Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres terá o seguinte temário:
"I - análise da realidade nacional social, econômica, política, cultural e dos desafios para a construção da igualdade de gênero; e
II - avaliação e aprimoramento das ações e políticas que integram o II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e definição
de prioridades."

A coordenação da conferência está a cargo da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) e será presidida pela ministra da SPM e presidente do CNDM, Iriny Lopes.

Futuro da energia nuclear no Brasil

Ocorreu nesta quarta o lançamento do livro “Energia nuclear: do anátema ao diálogo”, organizado pelo economista José Eli da Veiga, publicado pela editora SENAC. O lançamento aconteceu no mesmo momento em que a crise nuclear se agrava no Japão. Por causa do terremoto ocorrido no dia 11, de magnitude 9 na escala Richter, e do forte tsunami que seguiu, os geradores da usina nuclear de Fukushima foram afetados. Assim, o sistema de resfriamento do complexo parou de injetar água nos reatores, o que desencadeou explosões e o temor de vazamentos radioativos a qualquer momento.

Em debate, na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, estiveram presentes o organizador do livro, o físico nuclear e professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP José Goldemberg e Leonam dos Santos Guimarães, assistente do diretor-presidente da Eletronuclear. Na discussão, falou-se sobre o futuro da energia nuclear no Brasil.

“A matriz energética brasileira prevê a expansão do parque nuclear baseada em hipóteses que são irrealistas", disse Goldemberg. Segundo ele, as previsões indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional vai crescer junto com a necessidade de energia, enquanto em todos os países da Europa e nos EUA o PIB tem crescido muito mais rápido do que o consumo de energia. "Essa ideia de que nós vamos precisar de tanta energia no ano 2030 e que a energia nuclear é essencial para a matriz energia brasileira é simplesmente incorreta”, comentou Goldemberg.

O professor também destaca que o sistema brasileiro precisa de complementação térmica. No Brasil, disse ele, a complementação térmica pode vir tanto de energia nuclear quanto de biomassa e de gás. E as contribuições desses três fatores devem ser pesadas. Isso não significaria que o programa nuclear brasileiro precisaria ser abandonado, mas a expansão dele é altamente questionável. "Com o aumento dos riscos, como se verificou agora, no Japão, é de toda a prudência adotar uma postura como a dos países europeus e rever os programas de expansão nuclear”.

Efeitos devastadores

Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil, defende a abolição do seu uso. “Nosso país depende muito pouco de energia nuclear. Mas nem por isso a gente não poderia reduzir o que já temos. Temos um potencial enorme na geração de outras fontes renováveis, principalmente energia eólica, biomassa, hídrica e solar", afirma.

O Greenpeace realizou um estudo, chamado Revolução Energética, no qual se projetou que o Brasil poderia crescer sem a ampliação das usinas nucleares e até desativando as que a gente tem no futuro, conta Baitelo.

Segundo ele, os efeitos devastadores da energia nuclear não se comparam a nenhum outro tipo de geração energética. “Quando há um grande desastre hidrelétrico ou um acidente numa torre eólica, essas ocorrências vão se restringir a um determinado número de pessoas e locais, o problema da energia nuclear é que a possibilidade de ameaças invisíveis, que podem perdurar por centenas (ou milhares) de anos e se estocar no organismo humano”, ressalta.

O Greenpeace pede que a construção de Angra 3 seja paralisada e considera, no mínimo, uma revisão do projeto de expansão nuclear em função de novos parâmetros de segurança.

Já Guimarães, da Eletronuclear, não vê nenhum sentido em acabar com a energia nuclear. “Respeito essa opinião, mas não vejo razão nessas posturas radicais”, comenta. Em relação a uma reavaliação dos planos futuros do Brasil no tocante à energia nuclear, ele acredita “que não é o caso de uma reanálise do programa, mas, sem dúvida, todos vão considerar o que aconteceu e melhorias serão incorporadas às instalações”.

Para ele, o evento que está ocorrendo no Japão não muda em nada o conjunto de premissas, critérios e necessidades que determinam o planejamento energético individual de cada país.

Decisões mais democráticas

O economista José Eli da Veiga aponta que o modo como foi aprovado o projeto de expansão energética brasileira deveria ser mais democrático. “O que não entendo é que não passe pelo Congresso a discussão, por exemplo, sobre se vamos ou não fazer uma quarta usina nuclear. Não estou dizendo que tenha que aprovar uma lei para estabelecer esse plano. O ponto é que nós temos um Congresso que discute coisas muito menos importantes do que essa. E por mais defeitos que o Congresso tenha, ele é sensível a uma grita da sociedade”, comenta.

Atualmente, há cerca de 2300 pessoas no canteiro de obras de Angra 3. Se, por um lado, há quem defenda a revisão do plano e até a abolição do uso de energia nuclear, em contrapartida, muitos consideram que o plano não deve ser revisado e até descartam a possibilidade de no futuro ocorrer uma crise nuclear no Brasil.

Goldenberg ainda aponta outra questão do plano energético brasileiro que impacta grandemente na análise da quantidade de energia que deverá ser produzida futuramente, o que está relacionado com a necessidade ou não de mais usinas, sejam nucleares, sejam de outras matrizes. “No plano de expansão brasileiro, a conservação de energia quase não aparece. Mas, por exemplo, de 1973 a 1998, o consumo de energia nos países industrializados da Europa toda seria 50% maior do que ela foi efetivamente. Eles realizaram uma redução considerável do consumo de energia”.

Como disse Sérgio Abranches em artigo publicado esta semana, o real nunca segue o roteiro previsto. Por isso, em meio a tantas controvérsias em torno da energia nuclear, o economista José Eli da Veiga considera “que a discussão precisa ser reaberta, agora com o envolvimento da população”.



Fonte: O eco

Incra firma cooperação com universidade para regularizar quilombolas em MG

Um acordo de cooperação técnica com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) para produção de relatórios antropológicos de comunidades remanescentes de quilombos foi publicado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Minas Gerais (Incra/MG) no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta feira (11).

Segundo o Incra, o relatório é uma das peças mais importantes para o processo de regularização dos quilombolas. Trata-se da caracterização histórica, econômica e sócio-cultural dos territórios.

A UFVJM vai produzir os relatórios antropológicos das comunidades de Marobá dos Teixeiras, no município de Almenara (MG), e Lagoa Grande, em Jenipapo de Minas (MG). O Incra de Minas Gerais deverá aprovar o relatório após sua confecção.

O acordo não prevê repasse financeiro entre as instituições. Mas cabe ao Incra prestar todas as informações necessárias, disponibilizar viatura e ressarcir os gastos de viagens dos professores designados para o serviço.

Funcionários do serviço de Regularização de Territórios Quilombolas do Incra/MG visitaram as comunidades na última semana para explicar como vai ser feito o trabalho.

Os relatórios são necessários aos processos de regularização dos territórios de comunidades quilombolas, realizados pelo Incra desde 2003 de acordo com o Decreto 4.887/03. Atualmente, o Incra/MG conduz 128 processos de regularização de territórios quilombolas.

O Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) é composto por seis peças, entre elas o laudo antropológico e a identificação de propriedades na área. Após possíveis contestações, o Incra publica portaria de reconhecimento e dá início aos processos de aquisição das propriedades. Confira aqui o extrato do acordo.

Fonte: http://www.presidencia.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2011/02/incra-firma-cooperacao-com-universidade-para-regularizar-quilombolas-em-mg

Projeto quer conectar pessoas pelo direito da mulher à moradia adequada

Março - mes cujo dia 8 é considerado o dia Internacional da Mulher. A Relatoria Especial da ONU para o Direito à Moradia Adequada aproveita este Dia Internacional da Mulher para anunciar o início do projeto “Conectando pessoas para promover, monitorar e implementar o direito das mulheres à terra e à moradia”. Apoiado por uma subvenção do governo da Alemanha, o projeto tem como objetivo disseminar as dimensões conceituais, legais e práticas do direito das mulheres à terra e à moradia e será um dos principais focos do trabalho da Relatoria em 2011.

O produto final deste trabalho será o relatório temático que será apresentado pela relatora Raquel Rolnik ao Conselho de Direitos Humanos daqui a um ano, assim como um guia e um folheto direcionados a um público mais amplo. A produção desse material será feita através de um processo diferente, que buscará envolver mulheres, organizações e movimentos sociais de várias partes do mundo.

A partir do uso de uma rede social na Internet, que será criada especialmente para o projeto, mulheres e demais pessoas interessadas poderão se conectar parar trocar informações em vários formatos (texto, áudio, vídeo, foto etc). Neste espaço, será possível debater e compartilhar experiências, com o objetivo de identificar e analisar temáticas relacionadas ao projeto e construir propostas de recomendações no campo dos direitos da mulher, do direito à moradia adequada e dos direitos humanos em geral.

O relatório, portanto, será fruto, principalmente, da discussão surgida nesta plataforma virtual e de uma atualização do trabalho já produzido pelo mandato anterior da Relatoria sobre o direito das mulheres à moradia e à terra. A rede social será aberta à participação de todas as pessoas interessadas no tema e, assim que estiver pronta, divulgaremos o link e as orientações de acesso. Se você tem interesse em participar ou contribuir de alguma forma, entre em contato conosco já.

Ao final do projeto, a Relatoria espera ter contribuído de alguma forma para a disseminação e implementação do direito das mulheres à terra e à moradia e, principalmente, para o fim da desigualdade de gênero no mundo.

Fonte: www.direitoamoradia.org

quarta-feira, março 09, 2011

Cigarro, uma droga liberada.

Um alerta sobre o cigarro. Segundo estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer), 45 mil brasileiros morrerão de câncer de pulmão neste ano. As mulheres estão mais suscetíveis à doença –elas serão 27 mil desse total. O cigarro provoca 90% dos casos de câncer pulmonar. Dos 10% de vítimas restantes que não colocam o cigarro na boca, um terço fuma passivamente. O tabaco está entre as principais causas de mortes evitáveis, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Todos os anos, cerca de 5 milhões de pessoas morrem no mundo em decorrência do cigarro. No Brasil, que tem 18,8% de sua população fumante, as vítimas somam 200 mil, segundo a Opas (Organização Panamericana de Saúde). O cigarro causa: - 90% dos casos de câncer no pulmão (entre os 10% restantes, 1/3 é de fumantes passivos) - 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero) - 85% das mortes por bronquite e enfisema - 45% das mortes por infarto agudo do miocárdio na faixa etária abaixo de 65 anos - 45% das mortes por doença coronariana na faixa etária abaixo dos 60 anos - 25% das doenças vasculares (entre elas, derrame cerebral) Saiba mais sobre o cigarro - A fumaça do cigarro reúne, aproximadamente, 4,7 mil substâncias tóxicas diferentes e muitas delas são cancerígenas. - O tabagismo está ligado a 50 tipos de doenças como câncer de pulmão, de boca e de faringe, além de problemas cardíacos. - No Brasil, 23 pessoas morrem por hora em virtude de doenças ligadas ao tabagismo. - Crianças com 7 anos nascidas de mães que fumaram 10 ou mais cigarros por dia durante a gestação apresentam atraso no aprendizado quando comparadas a outras crianças. Fonte: Ministério da Saúde

segunda-feira, março 07, 2011

A Diferença entre Eficiência e Eficácia

Em um mundo globalizado de competição acirrada, tornar-se mais produtivo é um tema corriqueiro nas organizações. E, ao falar em produtividade, inevitavelmente devemos levar em consideração os conceitos mais amplos de eficiência e eficácia.
Às vezes ocorre confusão no entendimento da diferença entre estes importantes conceitos, levando algumas pessoas a acreditar que se está falando da mesma coisa.
Assim, o propósito da coluna desta semana é explicar e diferenciar os conceitos de eficácia e eficiência.
Eficiência trata de como fazer, não do que fazer. Trata de fazer certo a coisa, e não fazer a coisa certa. Quando se fala em eficiência, está se falando em produtividade, em fazer mais com o mínimo de recursos possíveis.
Já a eficácia trata do que fazer, de fazer as coisas certas, da decisão de que caminho seguir. Eficácia está relacionada à escolha e, depois de escolhido o que fazer, fazer esta coisa de forma produtiva leva à eficiência. A eficácia é o grau em que os resultados de uma organização correspondem às necessidades e aos desejos do ambiente externo.
Tratando-se dos níveis de decisões da empresa, a eficácia está relacionada ao nível tático (gerencial, logo abaixo do estratégico), e a eficiência ao nível operacional (como realizar as operações com menos recursos - menos tempo, menor orçamento, menos pessoas, menos matéria-prima, etc.).
Para fins de analogia e exemplificação, podemos dizer que a eficiência é cavar, com perfeição técnica, um poço artesiano; eficácia é encontrar a água.
Trazendo um pouco o assunto de gestão de pessoas para o tópico, acredito que se deve ser eficaz com as pessoas. As pessoas exigem um tempo certo de relacionamento, conversa e interação. Não podemos tratar uma negociação complexa apenas cuspindo os tópicos da pauta em 15 minutos e esperando um retorno rápido.
Para finalizar, podemos citar Peter Drucker: "eficiência é fazer as coisas de maneira correta, eficácia são as coisas certas. O resultado depende de fazer certo as coisas certas".

terça-feira, março 01, 2011

concentração fundiária e de meios de comunicação são apontadas como principais causas da desigualdade

FSM Dacar: concentração fundiária e de meios de comunicação são apontadas como principais causas da desigualdade
Enviado por graciela, qui, 17/02/2011 - 17:12



A concentração fundiária e de meios de comunicação foram apontadas como as principais causas das desigualdades sociais por associações de ONGs de diversos países durante atividade do FIP (Fórum Internacional de Plataformas Nacionais de ONGs), realizada no último dia 9, durante o Fórum Social Mundial de Dacar, no Senegal.

O seminário “Luta conta desigualdades sociais e exclusão”, proposto pela ACCIÓN (plataforma nacional de ONGs do Chile), reuniu a ABONG e as plataformas nacionais da Bolívia (UNITAS) e da Guatemala (CONGCOOP), além de uma plataforma de mulheres agricultoras da região da Casamance, no Senegal, para discutir e apontar similaridades entre a exclusão social vivenciada nos continentes latinoamericano e africano.

De acordo com os participantes, a concentração da propriedade fundiária e a concentração dos meios de comunicação nas mãos de pequenos grupos são responsáveis por boa parte das demais formas de exclusão social, porque prejudicam a segurança alimentar da maioria da população e a impede de ter voz no debate publico.

Particularidades

A representante da ABONG no encontro, Vera Masagão (diretora executiva da Associação), apontou quatro pontos que reforçam a desigualdade no Brasil: a concentração da terra e o modelo agrícola do agronegócio e da mineração; a dívida interna entre os Estados e união; a desigualdade educacional e a baixa qualidade do ensino público; e por fim, a concentração dos meios de comunicação.

Na sequência, Helmut Vega, representante da UNITAS, destacou, além da situação vivenciada por todos os países no campo e na comunicação, a exclusão étnica que existe na Bolívia. De acordo com Vega, a população indígena de seu país está privada do direito à cidadania por conta da dificuldade de obter documentação, entre outras questões ligadas ao preconceito.

Outro ponto destacado na reunião foi a desigualdade de gênero, evidenciada na fala da representante senegalesa. Num apelo enérgico, Ndeye Sallé Balde, em nome das mulheres agricultoras de Casamance, pediu que para que as mulheres no Senegal tenham direito a se candidatar nos conselhos locais, ganhando assim representação política, fundamental ao exercício da cidadania e à efetivação dos demais direitos.

Ndeye ressaltou ainda a luta das mulheres para terem igualdade no acesso à terra. De acordo com a legislação atual do Senegal, uma mulher não pode ter propriedades agrícolas em seu nome. Mesmo em caso de herança, a terra vai para o marido ou para algum membro da família do sexo masculino.

Para Vera Masagão, o encontro foi importante para apontar diversas convergências entre as lutas por igualdade e pelo fim da exclusão nos dois continentes. “É importante o exemplo da América Latina, onde existe um discurso que se tenta colocar às vezes para a África de que é preciso fazer crescer o bolo para depois dividir. A experiência latinoamericana mostra não. Que é preciso haver um desenvolvimento econômico sempre pautado na justiça social, na sustentabilidade ambiental e na igualdade.”